Boris Johnson quer proteger o clima para combater a insegurança
O primeiro ministro britânico Boris Johnson vai apelar, esta terça-feira, para uma ação urgente contra as alterações climáticas, sob o risco de aumentar a insegurança no planeta, durante a cimeira virtual do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"De comunidades desenraizadas por fenómenos meteorológicos extremos e fome, a senhores da guerra lucrando com os seus recursos: um planeta em aquecimento alimenta a insegurança", declarou o líder britânico, cujo país preside em fevereiro ao Conselho de Segurança, na véspera da reunião que juntará 'online' vários dirigentes mundiais.
A reunião virtual de líderes tem como objetivo discutir as implicações das alterações climáticas para a paz mundial, um assunto sobre o qual os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU têm abordagens divergentes.
"Ao contrário de muitas questões com as quais o Conselho trata, sabemos exatamente como responder a esta", avançou Boris Johnson em comunicado, acrescentando: "ajudando os países vulneráveis a se adaptarem às mudanças climáticas e reduzindo as emissões a zero não protegeremos apenas a abundante biodiversidade do nosso planeta, mas também a sua prosperidade e segurança".
O naturalista britânico David Attenborough, de 94 anos, também irá tomar palavra na reunião, sublinhando que esta poderá ser a última oportunidade para o planeta reverter as alterações climáticas, antes que "não seja possível trava-las".
A reunião acontece alguns dias depois do regresso formal dos Estados Unidos, pela mão do presidente democrata Joe Biden, ao acordo de Paris de 2015 para limitar o aquecimento global do planeta.
Em novembro, o Reino Unido acolherá em Glasgow a grande conferencia das Nações Unidas sobre o Clima (COP26). O país tem por objetivo reduzir a 68% as suas emissões de gás de efeito de estufa até 2030 tendo em conta o relatório de 1990, e espera a neutralidade carbónica em 2050.