Oposição na Venezuela agradece à UE inclusão de mais 19 nomes na lista de sanções
A oposição venezuelana agradeceu esta segunda-feira à UE a decisão de juntar mais 19 nomes à lista de personalidades do Governo venezuelano alvo de sanções e pediu mais pressão para conseguir eleições livres na Venezuela.
"Agradecemos aos 27 estados membros (da UE) pelo seu compromisso. Deve continuar a pressão para conseguir o fim da crise (na Venezuela) com eleições livres", escreveu o líder opositor Juan Guaidó na sua conta na rede social Twitter.
Na mesma mensagem, Guaidó explica que "foram sancionados" os "cúmplices da farsa" de 06 de dezembro de 2020, data em que se realizaram eleições legislativas venezuelanas, "reitores do falso Conselho Nacional Eleitoral, militares, membros das Forças de Ações Especiais e magistrados do falso Supremo Tribunal de Justiça".
Segundo Juan Guaidó entre os novos sancionados "há civis e militares" que aparecem "no relatório da Missão da ONU que apontou que na Venezuela se cometerem delitos que lesam a Humanidade".
"É, certamente, uma mensagem às nossas Forças Armadas e aos que ainda sustêm o ditador: (Nicolás) Maduro e a sua marioneta usurpadora do parlamento disseram-lhes que não haveria mais sanções, que as levantariam e que eles tinham interlocução com a Europa e os EUA", escreveu numa outra mensagem.
A União Europeia adicionou hoje 19 nomes à lista que visa personalidades do regime venezuelano, devido ao seu "papel em atos e decisões que minam a democracia e o Estado de Direito" no país.
A decisão prende-se com as eleições legislativas que tiveram lugar em dezembro de 2020 e que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se recusaram a reconhecer como "credíveis, inclusivas e transparentes".
Com a adição destes 19 nomes, o pacote de sanções contra a Venezuela visa agora um total de 55 personalidades, que estão proibidas de viajar para a Europa e têm os seus bens congelados no espaço europeu. Os ministros referem ainda que "a UE irá continuar a colaborar e a trabalhar com todos os parceiros civis da Venezuela para promover um diálogo pacífico e uma solução democrática e sustentável para as crises no país".
O pacote de sanções contra a Venezuela foi adotado em novembro de 2017 e inclui "um embargo de armas e de equipamentos [utilizados] para a repressão interna", mas também a "imposição de proibição de viagens" e o "congelamento de bens" das pessoas que constam na lista.
A Venezuela atribuiu hoje a "decisão errática" da União Europeia (UE) de juntar os 19 nomes ao "fracasso dos planos intervencionistas" europeus. Num comunicado, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela afirma que "apontar honrados cidadãos com falsos argumentos, como reação perante a frustração de um grupo de Estados-membros da UE pela manifesta ineficácia das suas ações para forçar uma mudança de governo pela força na Venezuela, nada mais é do que outra desastrada decisão, cuja única intenção aponta a afetar negativamente o diálogo político que se desenvolve no país".
"Essas decisões erráticas revelam também a incapacidade do bloco europeu de compreender, aceitar e respeitar a vontade do povo venezuelano e revelam, mais uma vez, a anacrónica política intervencionista e intervencionista em relação à Venezuela", lê-se no comunicado.