Trump volta domingo aos discursos públicos com eleições na agenda
Tecnologia e liberdade de expressão, China, multidões e violência de rua e a "proteção" de eleições serão debatidas na Conferência de Ação Política Conservadora, que o ex-presidente norte-americano Donald Trump vai encerrar no próximo domingo, na Florida.
A conferência, que terá início na próxima quinta-feira, em Orlando, com as sessões de trabalho a arrancarem na sexta-feira, será o palco do primeiro discurso público de Trump desde que deixou a presidência, em 20 de janeiro. O ex-presidente foi absolvido este mês no julgamento político aberto no Congresso como alegado instigador da violência desencadeada pelos seus apoiantes no Capitólio, a 06 de janeiro último.
Segundo fontes próximas de Trump, citadas no sábado em vários meios de comunicação, o ex-presidente falará sobre "o futuro do Partido Republicano e do movimento conservador" e as políticas, que considera "desastrosas", do atual presidente, o democrata Joe Biden, sobre questões de imigração e fronteiras. Além de Trump, que ainda não reconheceu a sua derrota nas eleições de novembro passado, está na lista de oradores o seu filho Donald Trump Jr., que falará na próxima sexta-feira sobre "Reviver o espírito do sonho americano", e será apresentado pela sua namorada, Kimberly Guilfoyle.
Vários membros do gabinete do Trump e do seu pessoal estão agendados para falar na Conferência de Ação Política Conservadora, incluindo Mike Pompeo, antigo secretário de Estado, e Sarah Huckabee Sanders, antiga secretária de imprensa da Casa Branca. O atual governador da Florida, Ron DeSantis, um fiel apoiante do Trump, a quem os meios de comunicação apontam como possível candidato à nomeação presidencial republicana em 2024, e o seu antecessor no cargo, o senador Rick Scott, estão também na lista, assim como a governadora do Dakota do Sul, Kristi Noem, e o senador do Texas Ted Cruz, um dos poucos oradores de origem latina.
A agenda da reunião é um compêndio das preocupações dos conservadores e do próprio Trump, com especial atenção às grandes empresas de tecnologia, que bloquearam os relatos de Trump e outros nas redes sociais, por mensagens relativas com a China e que consideraram incitar à violência.
Vários dos discursos são dedicados ao tema "Proteger as eleições", numa alusão à fraude de que Trump diz ter sido vítima, e com vista às eleições intercalares a realizar a 8 de novembro de 2022 - as chamadas eleições do 'mid-term', a meio do mandato presidencial, para lugares na Câmara dos Representantes e no Senado -, nas quais o Partido Republicano aspira a recuperar o controlo legislativo.
A defesa do direito à vida contra o aborto, o direito ao porte de armas, "a iminente crise humanitária na fronteira", um tema de Chris Landau, antigo embaixador norte-americano no México, e a política energética da administração Biden também constam na agenda. Desde que deixou a presidência dos Estados Unidos, Trump reside em Palm Beach (Florida), no seu clube privado Mar-a-Lago, e até agora tem-se mantido afastado da vida pública.