PAN, sencientes e utopias
“O PAN defende uma sociedade onde todos os seres sencientes, humanos e não-humanos, possam viver com o mundo natural numa harmonia tão ampla quanto possível, com bem-estar e felicidade. Nesse sentido defendemos indicadores alternativos do desenvolvimento social, como a Felicidade Interna Bruta, que tenha em conta factores não contabilizados pelo Produto Interno Bruto. Os interesses humanos e animais e o equilíbrio ecológico devem ser igualmente considerados e procurar-se a solução eticamente mais justa quando pareçam estar em conflito, tendo em conta as suas especificidades”. Não foi precisamente quando sencientes humanos e não humanos viviam em perfeita harmonia no tal “mundo natural” que começaram a caçar-se uns aos outros para sobreviver? Se um felino, um chacal ou um crocodilo sencientes caçam e matam antílopes e outros sencientes para saciar a fome, um humano senciente torce o pescoço a uma galinha senciente para fazer uma canja e umas sandes, estão a ir contra a “harmonia” do tal “mundo natural “ do PAN? Medir a “Felicidade Interna Bruta”? Mas como se para o PAN faz parte da felicidade encher a barriga com rabanetes e para mim comer uma perna de borrego assada? Qual é a solução eticamente mais justa se uma praga de ratos dizima colheitas? Deixar os ratos viver e os agricultores morrer de fome? Acabar com os ratos de laboratório como cobaias na investigação científica? Devemos então substituí-los por cobaias humanas como fez o nazi Mengele em Auschwitz? Evitar provocar sofrimento em humanos ou animais deveria ser um princípio a nortear qualquer ser humano. Só que o sacrifício a dor e o sofrimento são quase sempre a outra face da satisfação do prazer e da felicidade e indissociáveis da natureza de sencientes humanos e não humanos. Não são as utopias do PAN que contribuirão para o bem estar possível dos seres sencientes, mas pôr em prática de imediato as recomendações dos cientistas para reduzir os gases de estufa e o aquecimento global.
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