Madeira

“As lições do passado são para levar a sério”, diz Carlos Pereira

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No dia em que se assinala 11 anos desde o temporal de 20 de Fevereiro, o deputado socialista Carlos Pereira faz um paralelo entre o então processo de reconstrução da Madeira e o actual plano de recuperação, na sequência da pandemia de Covid-19, alertando para a importância de não serem cometidos erros no planeamento e na gestão dos meios. “As lições do passado são para levar a sério”, adverte o parlamentar madeirense à Assembleia da República.

Carlos Pereira lembra que, na decorrência da tragédia de há 11 anos, a reconstrução de infraestruturas e a preparação da Região fez-se com “notável solidariedade nacional”, mas acrescenta que a Madeira “não executou a totalidade dos apoios e até prescindiu de alguns”, dando como exemplo “os 1.000 milhões de euros disponibilizados” e que “não foram todos executado”.

Por isso, num momento em que a agenda da Região deve ser lançar as bases da recuperação e sabendo que estarão disponíveis meios substanciais a fundo perdido e outros noutras condições, Carlos Pereira sublinha que “é determinante não cometer erros, não falhar o planeamento e não fazer deste desígnio uma batalha partidária”.

Na óptica do deputado, envolver a sociedade civil não pode ser “um cliché”, pelo que as diferentes instituições devem se preparar e fazer ouvir a sua voz e as suas preocupações, devendo as autoridades dar espaço para isso.

Além disso, torna-se “incontornável a necessidade de construir e estabilizar as grandes linhas estratégicas, onde queremos ir e que recuperação queremos: mais integradora, com menos desigualdades e com menos obstáculos ao empreendedorismo, com mais infraestruturas portuárias mas com menos monopolização da gestão portuária e entraves à redução dos custos que limitam a nossa competitividade; com mais e melhor funcionamento do mercado, não mantendo monopólios administrativos que prejudicam cidadãos; com requalificação do turismo através de um exigente ordenamento ambiental; com exploração firme das possibilidades do mar, apostando em atividades de valor acrescentado”.

Carlos Pereira considera que, para termos sucesso e usarmos bem os meios no pouco tempo que nos é dado para os executar, é preciso “gerar consensos alargados e sólidos com uma votação e debate na Assembleia Legislativa da Madeira dos termos da recuperação”.

O socialista adianta ainda que é igualmente necessário “criar e instituir um modelo de governação da utilização dos fundos e validação de resultados, definir objectivos com metas e datas de cumprimento e acompanhar a sua realização”.

“Se queremos honrar a nossa história as nossas gentes que demonstraram ser de fibra e de espírito de resiliência, temos de saber defender a Madeira e os madeirenses, aprendendo com o nosso passado”, rematou.