África do Sul com mais mortes violentas apesar do recolher obrigatório
Os últimos três meses do ano têm sido ainda mais mortais na África do Sul, um dos países mais violentos do mundo, apesar do recolher obrigatório ligado à pandemia de covid-19, afirmou hoje a polícia.
Pelo menos mais 389 pessoas foram mortas, um aumento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado, disse o ministro da Polícia, Bheki Cele, à imprensa, sem adiantar os números globais.
Enquanto o país mais afetado pela covid-19 estava a atingir picos de mortalidade ligados à segunda onda, "2.481 pessoas foram assassinadas em locais públicos, ruas, campos, estacionamentos ou edifícios abandonados" no último trimestre de 2020, disse Cele, reconhecendo que estes números "não dão uma boa imagem".
O terceiro local mais comum onde ocorreram os assassinatos foi as lojas de bebidas.
A África do Sul, um dos dez maiores consumidores mundiais, proibiu várias vezes a venda de álcool para aliviar situações de emergência (brigas, acidentes rodoviários, etc.) desde o primeiro confinamento devido à pandemia, em março de 2020.
No último trimestre do ano passado, a polícia também registou 12.218 violações, uma média de 134 por dia, mais 1,5% do que no ano anterior. "Mais de 4.900 violações ocorreram na casa da vítima ou do violador", de acordo com o ministro.
"A violência, muitas vezes agravada pelo abuso do álcool, reina na nossa sociedade", lamentou.
Numa nota positiva, os assaltos caíram, tal como os roubos de automóveis (-20%).
A África do Sul vivenciou uma pausa na violência durante o confinamento mais rigoroso, que decorreu entre março e maio de 2020 e incluiu uma proibição da venda e consumo de álcool em locais públicos.
O país tem oficialmente 1,5 milhões de casos de infeção e quase 49.000 mortes.