Centenas de manifestantes da oposição pedem eleições antecipadas na Geórgia
Centenas de manifestantes da oposição exigindo eleições legislativas antecipadas foram detidos hoje na Geórgia, um dia após a renúncia do primeiro-ministro, em plena crise política.
Os manifestantes reuniram-se em frente ao Parlamento da Geórgia, em sintonia com os apelos de novas eleições feitos pela oposição, que denuncia a existência de fraude no processo das legislativas de outubro passado.
Vários manifestantes foram espancados pela polícia e levados em ambulâncias, segundo imagens transmitidas por uma cadeia de televisão da capital georgiana.
"A arbitrariedade da polícia não tem limites. Recorrem à repressão apesar dos apelos da oposição para um abrandamento do confronto político", disse Levan Khabeïchvili, membro do principal partido da oposição, o Movimento Nacional Unido (MNU).
A manifestação de hoje acontece no dia seguinte à renúncia do primeiro-ministro, Guiorgui Gakharia, que deixou o cargo em protesto contra a decisão de um tribunal de ordenar a prisão preventiva de Nika Melia, líder do MNU, partido do ex-Presidente no exílio Mikheil Saakashvili.
Nika Melia é acusado de estar por detrás de atos de "violência em massa", durante as manifestações que abalaram o país durante quase uma semana, em 2019, e enfrenta uma condenação de nove anos de prisão.
Melia rejeita as acusações e considera que está a ser vítima de "repressão contra a oposição".
A oposição pede eleições legislativas antecipadas, recusando o resultado das de outubro, vencidas por curta margem pelo Sonho Georgiano, partido fundado pela ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili, o homem mais rico do país, suspeito de controlar o poder nos bastidores.
A União Europeia e os Estados Unidos expressaram preocupação com a escalada da crise política na Geórgia, uma ex-república soviética acostumada a turbulência política e violentas lutas pelo poder.