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Metade dos sul-africanos pode ter sido infectada com o coronavírus

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Metade dos 59 milhões de habitantes da África do Sul pode ter sido infetada com o vírus SARS-CoV-2, de acordo com dois estudos, que estimam que vários milhares de mortes por covid-19 não aparecem nas estatísticas oficiais.

O país africano oficialmente mais atingido pelo coronavírus, e que conduziu uma extensa campanha de testes na primeira vaga da pandemia, registou cerca de 140.000 mortes acima dos registos médios da mortalidade no país desde maio de 2020, de acordo com o South African Medical Research Council (SAMRC).

A maior companhia privada de seguros médicos do país, Discovery, estima que cerca de 90%, ou 120.000, destas mortes são atribuíveis à covid-19.

De acordo com estatísticas oficiais, a África do Sul regista 48.478 mortes relacionadas com o coronavírus, e 1.496.439 casos acumulados de infeções.

Estes números são subestimados, segundo o responsável pelo departamento de estatísticas da Discovery, Emile Steep. "As mortes atribuídas à covid são subestimadas em quase todos os países do mundo", afirmou à AFP.

O responsável estima que a mortalidade relacionada com a covid-19 é de cerca de 0,4% na África do Sul. Assumindo que 120.000 pessoas morreram devido à doença, tal significaria que mais de 30 milhões de pessoas terão sido contaminadas, de acordo com os cálculos de Steep, ou seja, cerca de metade da população.

A estimativa da Discovery é consistente com um estudo de anticorpos, que revela que entre 32% e 63% dos sul-africanos contraíram o vírus desde o início da pandemia.

A presença de anticorpos no sangue torna possível detetar se uma pessoa foi infetada com um vírus, mesmo após a recuperação.

O estudo, publicado na semana passada pelo Serviço Nacional de Sangue da África do Sul, foi realizado num painel de 5.000 dadores em apenas quatro províncias do país.

A África do Sul está a ser afetada por uma segunda vaga de infeções com o coronavírus, em grande parte causada por uma variante local, que se acredita ser mais contagiosa.

A curva de novas infeções tem vindo a descer consistentemente, com o número de novos casos a cair para cerca de 2.000 por dia, registo que compara com mais de 20.000 no final de dezembro.

O país lançou esta quarta-feira uma campanha de imunização com vacinas produzidas pela gigante farmacêutica americana Johnson & Johnson.

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