EUA libertam 4.000 milhões de dólares para plano de vacinação global COVAX
O presidente norte-americano vai anunciar que os Estados Unidos vão começar a injetar 4.000 milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros) no plano de vacinação internacional contra a covid-19, COVAX, destinado aos países desfavorecidos.
O anúncio da libertação do financiamento para compra e distribuição de vacinas contra a covid-19 será feito na sexta-feira pelo presidente Joe Biden na sua primeira cimeira internacional, a reunião de líderes do G7, segundo afirmou à AP um membro da Administração norte-americana.
A mesma fonte referiu que Biden irá encorajar na reunião, por videoconferência, os restantes membros do G7 (Alemanha, Japão, Grã-Bretanha, França, Canadá e Itália) a cumprirem com as suas promessas de apoio à iniciativa COVAX, lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O ex-presidente norte-americano Donald Trump recusava participar na COVAX devido à ligação da iniciativa à OMS, organização que considerava ter encoberto as responsabilidades da China na pandemia de covid-19, desde o início na cidade chinesa de Wuhan.
Desde que tomou posse há quase um mês, Biden recolocou os Estados Unidos na OMS e anunciou o apoio à iniciativa COVAX, tendo o Congresso norte-americano aprovado o financiamento de 4.000 milhões de dólares, a distribuir até 2022.
A acumulação de vacinas pelos países desenvolvidos, enquanto os mais pobres na maioria dos casos não iniciaram a vacinação, tem motivado críticas do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que afirma que apenas 10 países respondem por 75% das vacinações.
Segundo a OMS, o programa COVAX precisa de mais 5.000 milhões de dólares (4,13 mil milhões de dólares) este ano, depois de ter falhado as suas metas de disponibilização de vacinas aos países pobres.
Na quarta-feira, Guterres disse que 130 países não receberam uma única dose da vacina, e que a igualdade de acesso à imunização é "o maior teste moral perante a comunidade global, neste momento crítico".
Outros temas a levantar por Biden na reunião do G7 serão os desafios económicos e de competitividade que a China representa para o grupo de países.
Também na sexta-feira, véspera de completar o seu primeiro mês de mandato, Biden irá fazer a sua primeira intervenção de fundo sobre as relações entre Estados Unidos e União Europeia, na Conferência de Segurança de Munique, por videoconferência.
O próprio Biden representou por três vezes os Estados Unidos na Conferência de Munique, um dos principais eventos sobre Segurança e Defesa em todo o mundo, enquanto vice-presidente norte-americano, em 2009 e 2013.