PS Porto Santo exige criação de estratégia local para protecção de crianças e jovens
Concelhia dos socialistas endereçam responsabilidades à Câmara Municipal
O PS defende que a Câmara Municipal do Porto Santo deve criar urgentemente uma estratégia local interdisciplinar para ajudar a dar resposta às questões relacionadas com a protecção de crianças e jovens.
Miguel Brito visitou hoje a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) e enalteceu o seu trabalho. O deputado considerou, no entanto, que a actuação exemplar desta entidade "esbarra com uma falta estruturante da autarquia local, que devia criar respostas de suporte ao conjunto de problemas que condicionam a vida das crianças e jovens".
Na sequência desta reunião, foi transmitido aos socialistas que a Comissão tem vindo a desenvolver vários projetos de sensibilização e intervenção precoce ao nível das famílias e que existem protocolos com múltiplos parceiros para a execução do seu Plano de Promoção de Crianças e Jovens, sob a alçada da Secretaria Regional de Inclusão e Assuntos Sociais. Contudo, a situação de pandemia e as restrições daí advenientes têm condicionado a acção deste organismo, que tem passado a usar os meios electrónicos para a sensibilização e promoção de actividades, enquanto o acompanhamento de processos continua a manter-se no terreno", explica a concelhia socialista do Porto Santo.
"Mais do que reativa, a intervenção com crianças e jovens tem de ser precoce", vincou. Miguel Brito sustentou, ainda assim, que o trabalho da CPCJ no Porto Santo esbarra com a falta de uma Estratégia Local Social Interdisciplinar para dar resposta estruturante a todo e qualquer problema desta natureza. Defende, nesse sentido, um trabalho de "consolidação e materialização do verdadeiro espírito de comunidade", criando condições para fortalecer a rede de suporte familiar, através de um Centro de Apoio à Família, desenvolvendo, a partir daí, competências educativas e sociais que eliminem a negligência e os fatores de risco, como sejam o alcoolismo, a violência doméstica, entre outras disfunções parentais que estão na origem dos comportamentos disruptivos nos jovens", refere o PS em comunicado.
Mais acrescenta que lhe foi transmitida a preocupação com a falta de meios para responder a estas problemáticas.
"A CPCJ tem como objectivo proteger os direitos das crianças e dos jovens e é isso que está a fazer, mesmo com os fracos recursos que tem", disse Miguel Brito, acrescentando que a autarquia devia ter já um retrato social do Porto Santo muito claro, para que seja possível atuar no contexto familiar das crianças e jovens. "A missão da CPCJ é proteger, mas falta no Porto Santo um trabalho de campo que auxilie a sua actuação", sublinhou.
O deputado considerou ainda que falta uma 'Casa de Acolhimento de Emergência' que, na sequência do trabalho desenvolvido pela CPCJ, possa receber, com carácter urgente e temporário, crianças e jovens em perigo, até ao encaminhamento das respectivas situações.