Turismo recua 35 anos
Abril, Maio e Junho foram os piores meses, com perdas quase totais. Pandemia atingiu forte em todos os indicadores
É chocante ver contabilizado o impacto que a pandemia teve no turismo na Madeira no ano passado, foi um dos sectores mais afectados, não fosse uma dos pilares da economia da Região. O ano prometia ser bom, mas a pandemia em Março deitou por terra muitos sonhos e até ao final do ano houve pouco mais foi do que um prolongar da agonia.
Janeiro tinha registado uma variação ligeiramente positiva. Em Fevereiro o aumento do número de dormidas trouxe boas perspectivas, derrubadas logo depois pela entrada do novo coronavírus no país. Em Março a Região registou uma variação negativa de cerca de 50%. Abril, Maio e Junho registaram perdas de quase 100%.
A DREM lançou hoje o ‘Em Foco’, um boletim onde compila os impactos da pandemia em diversos sectores em 2020 na Madeira. Neste documento sublinha em Abril e Maio a Região assistiu à "quase neutralização da actividade turística”, com o número de dormidas no alojamento turístico colectivo a não ultrapassar os 4 mil e os 5 mil respectivamente.
A partir de Julho deu-se uma retoma progressiva, tendo atingido o melhor registo da pandemia em Outubro, ainda assim com -58,4%. Novembro voltou a aprofundar o fosso, com -74,2% de dormidas, tendo Dezembro sido um pouco melhor, mas ainda assim com -66,1% do que no mesmo mês do ano anterior.
Ainda assim, foram os hotéis a continuar a registar maior procura. 61,3% tiveram movimento em Dezembro, comparativamente com o turismo no espaço rural com 57,1% e o alojamento local com 45,8%.
“No cômputo de 2020, as dormidas registadas foram apenas um terço das de 2019 (-66,1%), rondando os 2,7 milhões, o número mais baixo dos últimos 35 anos”.
Estes números reflectiram-se também nos proveitos totais e por aposento. Nos proveitos totais 2020 fechou com perdas de 68,1%; nos proveitos por aposento nos 68,2%. O RevPAR em termos médios anuais não ultrapassou os 22,57 euros, praticamente metade do valor de 2019, que tinha sido de 44,29 euros, refere o boletim.
“O proveito médio por quarto ocupado (também conhecido por ADR) diminuiu cerca de 3 euros para 65,84 euros, e foi a variável mais resiliente”, destacou a DREM. “Já a taxa de ocupação-cama caiu quase para cerca de metade para os 30,8%, não havendo desde o início da Autonomia registo tão baixo”. A estada média também recuou. Reduziu-se em 0,35 noites para as 4,68.