Constituição e dissolução de empresas mexeu pouco em 2020
Falências e insolvências foram baixas, assim como os processos associados em tribunal
Houve em 2020 menos sociedades constituídas e menos dissolvidas, embora o ano tenha fechado com um saldo positivo neste campo de 308 empresas. No campo das insolvências e falências, não houve um crescimento do número de casos nos tribunais da Região. Mas entre Abril e Junho ter atingido mais empresas do que pessoas singulares.
Entre constituições e dissoluções a Madeira registou em 2020 um salto positivo de 308, dizem os dados fornecidos pela Direcção-Geral de Política de Justiça (DGPJ) ao Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao ano passado. Mas esses mesmos dados revelam que houve menos criação e fim de empresas no ano transacto, uma consequência da pandemia.
Comparativamente a 2019, “observaram-se menos 178 constituições e menos 51 dissoluções, facto que reflecte o impacto das restrições económicas resultantes da pandemia Covid-19, particularmente no 2.º trimestre.”
Segundo o ‘Em Foco’, boletim hoje divulgado pela Direcção Regional de Estatística da Madeira com os impactos da pandemia em diversos sectores, o número de dissoluções de empresas entre Abril e Junho do ano passado foi o menor desde o 4.º trimestre de 2008, ou seja, há mais de uma década. Nas constituições e ainda que não haja dados trimestrais entre o 1.º trimestre de 2006 e o 4º trimestre de 2009, a DREM não tem dúvidas que nos últimos 10 anos não existe um valor tão baixo de criação de novas empresas.
Por mês, Abril voltou a ser o ‘mau da fita’, neste caso foi o mês em que se registou menor actividade, com apenas 18 sociedades constituídas e 20 dissolvidas. No lado oposto estão Novembro, com 156 constituições, é o máximo dos últimos 13 anos, e Dezembro, com 115 dissoluções, o valor mais elevado dos últimos 5 anos.
Nas falências e insolvências, a pandemia não promoveu uma corrida aos tribunais. O número de processos entrados na Comarca da Madeira relacionados com processos de falência, insolvência e recuperação de empresas diminuiu de 49 no 2.º trimestre de 2020 para 44 processos no 3.º trimestre de 2020, de acordo com a informação da DGPJ. É o valor mais baixo desde que há este registo na Região.
Nas falências/insolvências decretadas os números também foram baixos, 38 entre Abril e Junho e 39 entre Julho e Setembro. “O 2.º trimestre de 2020 também teve a particularidade de ser o primeiro no qual o número de falências/insolvências decretadas foi maior entre as pessoas colectivas do que entre as pessoas singulares”.