Coronavírus Madeira

Em 2021 15% das empresas vão despedir, 85% vão contratar

Menos viagens, mais teletrabalho são intenções para manter no pós-pandemia

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Foto Mário Cruz/Lusa

85% das empresas da Região planeiam manter ou aumentar os postos de trabalho este ano, enquanto 15% revelou intenção de os reduzir, ao responder ao inquérito rápido e excepcional lançado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal (BdP). Entre outras conclusões está a de que 60% das empresas pretende diminuir permanentemente as viagens de negócios.

O inquérito pretende acompanhar os efeitos da pandemia, tendo a última edição referente à semana de 11 a 19 de Novembro do ano passado. A redução dos postos de trabalho ou o aumento é um dos dados retirados do inquérito, que revelou também que pelo menos 19% das empresas (consoante a alteração considerada) revelaram ser muito provável alterar de forma permanente a sua forma de trabalhar em consequência da pandemia.

Com a entrada da covid-19 na vida das empresas e das pessoas, muito do trabalho passou a ser feito à distância. 60% das empresas considera muito provável reduzir de forma permanente o número de viagens de negócios e mesma percentagem refere a reorganização das equipas de trabalho como uma realidade muito provável. É também de esperar mais teletrabalho. 19% das empresas admitem um uso mais intensivo desta forma de como uma alteração muito provável.

Quanto ao mercado, 74% das empresas que participaram afirmaram que o ambiente concorrencial no mercado onde operam não se alterou nos últimos seis meses. 30% já reduziu ou vai reduzir os stocks de produtos e 25% vai redireccionar os mercados-alvo. Neste contexto de pandemia, apenas 19% das empresas referem já ter alterado ou tencionam alterar as cadeias de fornecimento.

Quanto ao recurso aos fundos do plano de recuperação e resiliência ‘Next Generation EU’ e áreas de aplicação, só 10% assumiu a intenção de concorrer. 48% vão esperar por mais informação e 42% não pretendem procurar esta ajuda.

O cenário de agravamento ou prolongamento das medidas de contenção da pandemia preocupa de forma elevada 7 em cada 10 empresas (72%), mas 8 em cada 10 não prevê encerrar por isso. 20% das empresas estimam subsistir, em média, 5,1 meses, se tal cenário de agravamento se verificar. A acontecer um agravamento das medidas de contenção, semelhante a Março e Abril, acima de metade dos inquiridos defendeu que seria importante estender também os apoios: 63% pretende a suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas; 60% o acesso a novos créditos com juros bonificados ou garantias do Estado; 57% defende o layoff simplificado e 50% a moratória.

A possível redução da procura preocupa 93% das empresas que participaram neste levantamento e também 90% assume apreensão com a evolução adversa da sua situação de liquidez e financeira. 79% temem também o fim das medidas excepcionais de apoio às empresas este ano.

“Num cenário de controlo efectivo da pandemia em 2021, 30% das empresas consideram que a actividade já voltou ou voltará ao normal num intervalo médio de 10,1 meses”, revelam as conclusões do inquérito do INE e BdP, que constam do quarto ‘Em Foco’ da Direcção Regional de Estatística da Madeira. Duas em cada três empresas não sabe se o seu volume de negócios voltará ou não ao nível normal, depois do impacto da covid-19

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