ONU condena ataque mortal no Curdistão
As Nações Unidas condenou hoje o ataque com mísseis que causou uma morte e vários feridos numa base áerea onde estão estacionadas tropas dos EUA, no Curdistão, alertando que o Iraque pode mergulhar novamente em instabilidade.
No Twitter, a representante da ONU no Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, denunciou os "atos odiosos e perigosos" que "constituem uma séria ameaça à estabilidade" e pediu "contenção" e cooperação entre Erbil, capital da região autónoma do Curdistão (norte), e Bagdade, na investigação.
Na segunda-feira pelo menos três morteiros foram disparados sobre Erbil, a capital da região, um dos quais atingiu a base onde estão estacionadas as tropas norte-americanas.
Os disparos atingiram também bairros residenciais, de acordo com as autoridades de saúde da cidade, que relataram cinco civis feridos, segundo a agência Efe.
Esta foi a primeira vez em quase dois meses que esse tipo de ataque atingiu instalações militares ou diplomáticas ocidentais no Iraque.
O porta-voz da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, coronel Wayne Marotto, disse hoje à agência France-Presse (AFP) que três morteiros atingiram o aeroporto, matando um funcionário civil não americano.
Nove outras pessoas ficaram feridas, incluindo oito funcionários civis e um militar dos EUA, acrescentou.
Depois de ter interrompido os voos durante a manhã de hoje, o aeroporto de Erbil foi reaberto ao tráfego aéreo ao meio-dia, segundo um porta-voz do governo.
Na noite de segunda-feira, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, tinha já condenado o ataque e informado que o seu país "exigirá responsabilidade" aos autores.
As autoridades iraquianas iniciaram uma investigação ao ataque, que o primeiro-ministro curdo, Masrour Barzani, qualificou como "cobarde".
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia condenou também o ataque, num comunicado emitido hoje.
O atentado foi reivindicado por um grupo que se autodenominou Awliyaa al-Dam ("Guardiões do Sangue"), mas as forças de segurança admitiram poder tratar-se de um nome falso para ocultar fações que se opõem à presença das forças de coligação naquele território.
Desde que o Iraque declarou vitória sobre o grupo rebelde Estado Islâmico, no final de 2017, as tropas estrangeiras foram reduzidas a 3.500 soldados, incluindo 2.500 americanos.
Quase todas essas unidades estrangeiras estão estacionadas no complexo militar do aeroporto de Erbil, de acordo com informações de fontes da coligação à agência Efe.