Boris destaca vacinação de 15 milhões de pessoas como "extraordinária"
O primeiro-ministro britânico considerou hoje um "feito extraordinário" que o Reino Unido tenha conseguido vacinar mais de 15 milhões de pessoas contra o coronavírus em 10 semanas, o que permite ao país entrar numa nova fase de vacinação.
Desde a primeira injeção a 08 de dezembro, 15.062.189 pessoas - de uma população total de 66 milhões - já receberam uma primeira dose de vacina contra o coronavírus e 537.715 já levaram uma segunda dose, de acordo com os números divulgados hoje.
"Este país alcançou um feito extraordinário", disse Boris Johnson num vídeo publicado no Twitter, elogiando o esforço nacional em todo o Reino Unido. O objetivo foi alcançado em "conjunto", disse o líder conservador.
Esta notícia chega uma semana antes do anúncio, esperado a 22 de fevereiro, do "roteiro" do governo de Boris Johnson para a saída gradual de um novo confinamento - o terceiro no Reino Unido - desde o início do ano passado, graças a uma variante mais contagiosa, que conduziu a uma explosão da pandemia.
O país europeu que mais vacina é também o que tem o maior número de mortes, com mais de 117.000 óbitos.
No sábado, Boris Johnson disse que estava "otimista" relativamente a uma "cautelosa" flexibilização das medidas impostas para conter a pandemia, numa visita a uma instalação de produção de vacinas.
O governo espera poder reabrir escolas a partir de 08 de março e flexibilizar algumas das restrições, permitindo que duas pessoas de casas diferentes se encontrem no exterior.
A partir de segunda-feira, o Reino Unido dará mais um passo na sua campanha de vacinação, que será alargada a pessoas entre os 65-69 anos de idade. E até maio, o governo quer ter vacinadas todas as pessoas com mais de 50 anos.
"Há muito mais a fazer", disse, por seu lado, o ministro da Saúde, Matt Hancock, apelando a todos os que são elegíveis para "marcar uma consulta". "Esta vacina é o nosso caminho para a liberdade, vamos derrotar este vírus após a injeção", acrescentou.
Já na primavera passada, o governo britânico criou uma "task force" para apoiar a investigação, incluindo a Universidade de Oxford e a sua parceria com a AstraZeneca, para fazer encomendas em massa das vacinas mais promissoras, mesmo antes de os resultados da investigação estarem disponíveis, para encorajar a produção em grande escala.
Nos hospitais, estádios, ou mesmo catedrais, o Reino Unido está a distribuir em massa as vacinas Pfizer/BioNTech e AstraZeneca - a que se juntará, na primavera, a vacina da Moderna - com a ajuda de dezenas de milhares de voluntários.
Para evitar a importação de novas variantes que possam ser resistentes às vacinas atuais, entrará em vigor na próxima segunda-feira, em Inglaterra, um sistema de quarentena obrigatória nos hotéis.
A medida afeta apenas residentes no Reino Unido e cidadãos irlandeses que cheguem dos 33 países atualmente classificados como de alto risco, porque as chegadas de não residentes já estão proibidas. Todos os países sul-americanos estão nesta "lista vermelha", bem como a África do Sul.
O Reino Unido registou hoje 258 mortes e 10.972 novos contágios por covid-19, uma quebra acentuada face ao dia anterior, numa altura em que os britânicos continuam em confinamento quase total.
Os dados divulgados hoje pelo Ministério da Saúde revelam uma queda face às 621 mortes e 13.308 novos casos registados no sábado, que parecem indicar que foi atingido o pico da terceira onda da pandemia no Reino Unido, ainda que possa haver oscilações nos números nos próximos dias.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.394.541 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.