Coronavírus País

Associação quer vacinação prioritária de trabalhadores de centros de dia e apoio domiciliário

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A Associação Nacional de Gerontologia Social defendeu hoje que os trabalhadores de centros de dia e serviço de apoio domiciliário sejam vacinados na primeira fase de vacinação e solicitou a intervenção do Presidente da República para resolver a situação.

Numa carta dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa, a que a Lusa teve hoje acesso, a associação reconheceu o esforço que tem sido feito para vacinar toda a população, mas referiu que "não se pode dizer que os lares estão integralmente vacinados".

"Não é a mesma coisa vacinar em todos e vacinar todos", lê-se na missiva, subscrita pelo presidente da Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES), Ricardo Pocinho.

No sábado, o primeiro-ministro, António Costa, assinalou que já terminou "a grande campanha de vacinação de todos os utentes e trabalhadores de lares", ficando apenas de fora aquelas instituições onde existiam surtos, que serão vacinadas mais tarde.

No entanto, os trabalhadores dos centros de dia e do serviço de apoio domiciliário ficaram de fora nesta fase, uma situação que o presidente da ANGES não compreende, uma vez que se trata de profissionais que também entram nos lares.

"Em qualquer instituição que tenha apoio domiciliário ou centro de dia, e que está a prestar serviços na habitação das pessoas, as refeições são preparadas no mesmo sítio e as colaboradoras levantam as refeições do mesmo sítio onde estão as trabalhadoras do lar. Portanto, não há uma possibilidade de dizer que está tudo acautelado", observou o representante, em declarações à Lusa.

Ricardo Pocinho lembrou ainda que estes trabalhadores "visitam habitações de pessoas que também são visitadas por familiares" e realçou que esta situação "continua a permitir que as instituições onde estão os idosos continuem a ter portas abertas sem necessidade para o vírus poder entrar".

Por outro lado, o presidente lembrou a possibilidade "sempre iminente" de voltar a haver mais surtos nos lares, afirmando que se isso acontecer "esses trabalhadores vão ser chamados de novo a ser integrados nestas equipas de espelho para poderem colaborar nas instituições, numa condição de diferença em relação aos outros trabalhadores, porque não estão vacinados".

"É preciso entender que há resposta estanques com serviços específicos e com critérios até de admissão dos trabalhadores distintos. No entanto, são todos funcionários de uma mesma instituição e muitas das vezes partilham recursos", disse.

Na carta enviada ao Presidente da República, a associação defende ainda que os trabalhadores das respostas sociais da infância, que "deram o corpo às balas quando as suas salas fecharam no primeiro confinamento e foram chamados a ajudar as colegas de outras respostas sociais", também deveriam ser "prioridade na vacinação", tal como os trabalhadores dos setores administrativos dos lares e os dirigentes.

A ANGES chama ainda a atenção para outros problemas, como o caso dos idosos admitidos nos lares depois de estes já terem passado pelo processo de vacinação (e que não têm data prevista para serem vacinados) e o dos trabalhadores que não foram vacinados porque estavam ausentes da instituição, devido à pandemia, e agora estão juntos com os outros.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 2.394.541 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.321 pessoas dos 785.756 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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