Biden pede ao Congresso reforma da legislação sobre posse de armas de fogo
O Presidente dos Estados Unidos exortou hoje o Congresso a reformar as leis que regulamentam a posse de armas de fogo, quando passam três anos do tiroteio no colégio da cidade de Parkland (Flórida), onde morreram 17 pessoas.
Em comunicado de imprensa, citado pela agência de notícias EFE, Joe Biden reconheceu o trabalho dos sobreviventes da tragédia, que travaram uma campanha para restringir a posse de armas e se tornaram no símbolo para uma geração de jovens americanos que não quer aceitar tiroteios em escolas como algo normal.
"Esta é uma história escrita por jovens de todas as gerações que desafiaram os dogmas vigentes para exigir uma verdade simples: podemos fazer melhor. E faremos", lê-se no comunicado.
Biden, que tomou posse em janeiro, prometeu que seu governo não iria esperar por um hipotético próximo tiroteio para fazer uma proposta ao Congresso, a única instância norte-americana com poder para proceder a uma reforma da legislação sobre armas.
"Hoje, peço ao Congresso que promova reformas de bom senso na lei de armas", declarou o Presidente dos EUA, apelando à aprovação de leis para verificar os antecedentes dos compradores de armas e à proibição de venda de armas que permitam matar um grande número de pessoas sem necessidade de recarregar as balas.
Biden pediu ainda o fim da "imunidade" de que gozam os fabricantes que vendem essas "armas de guerra" nas ruas dos Estados Unidos da América.
Outros presidentes norte-americanos eleitos pelo Partido Democrata tentaram restringir o porte de armas, protegido pela Segunda Emenda da Constituição dos EUA.
O ex-Presidente Barack Obama (2009-2017), quando deixou a presidência, reconheceu que sua maior frustração no cargo foi o fracasso dos seus esforços para aumentar o controlo das armas no país.
Com Obama, este debate atingiu o auge em 2012, após a morte de 12 pessoas no teatro Aurora e o massacre na escola Sandy Hook em Newtown, Connecticut, onde foram assassinadas a tiro 20 crianças e seis mulheres.
Em 2013, após o massacre da escola de Newtown, Obama assinou 23 decretos presidenciais e o Congresso debateu um conjunto de medidas para maior controlo de armas, mas todos os projetos foram bloqueados pelos republicanos.
Com o governo do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021) não foi promovida qualquer mudança na legislação de armas, tendo Trump contado com o apoio incondicional da National Rifle Association, que defende o acesso às armas pelos norte-americanos.
Nos Estados Unidos, onde vivem 319 milhões de pessoas, as armas ultrapassam o número de habitantes.
A proporção de armas por 100 pessoas chega a 120, de acordo com um estudo elaborado pelo Instituto de Estudos Internacionais Superiores da Universidade de Genebra (Suíça): "The Small Arms Survey".