Presidente rejeita cenários de crises políticas ou governos de salvação nacional
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeitou hoje cenários de crises políticas ou eleitorais ou de formação de governos de salvação nacional, referindo que essas ideias surgem "nalgumas vozes da opinião política".
Numa declaração ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, após decretar a renovação do estado de emergência em Portugal, o chefe de Estado defendeu que é preciso prolongar o atual confinamento geral durante o mês de março e continuar a apoiar quem foi afetado neste contexto de crise resultante da covid-19.
"Tudo sem crises políticas. Tudo sem cenários de governos de unidade ou salvação nacional. Não se conte comigo para dar o mínimo eco a cenários de crises políticas ou eleitorais. Já nos bastam a crise da saúde e a crise económica e social", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que tem de cumprir o mandato que recebeu dos portugueses há cinco anos e que foi renovado nas presidenciais de 24 de janeiro passado, em que foi reeleito: "Vencer as crises, mesmo as mais graves. Não provocar as crises, mesmo as mais sedutoras. E contar sempre, mas sempre com os portugueses".
Segundo o chefe de Estado, houve recentemente, "nalgumas vozes da opinião política, acenos a governos de salvação nacional", mas não têm apoio na população em geral.
"Os portugueses compreenderam que o bom senso já aconselhava que provocar, nesta altura, crises políticas, com cenários à margem dos partidos de resultado indesejável em tempo perdido, em terceiras eleições no verão e nada de novo no horizonte, não servia para outra coisa se não para agravar a pandemia, nunca para a abreviar", sustentou.