Marcelo não quer "sinais errados para a Páscoa" para evitar retrocesso
O Presidente da República defendeu hoje que o estado de emergência e o atual confinamento geral devem manter-se "março fora", sem "sinais errados para a Páscoa", para evitar um retrocesso na contenção da covid-19 em Portugal.
"Temos de sair da primavera sem mais um verão e um outono ameaçados. Em vida, saúde, economia, sociedade. Temos de assegurar que a Páscoa, no início de abril, não será causa de mais uns meses de regresso ao que vivemos nestas semanas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, após decretar a renovação do estado de emergência até 01 de março.
O chefe de Estado apontou como metas até à Páscoa, que será no início de abril, reduzir o número de novos casos diários de infeção "para menos de dois mil", de modo a que "os internamentos e os cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de oitocentos agora para perto de um quarto desses valores".
Numa declaração a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa pediu que se procure uma estabilização "duradoura, sustentada, sem altos e baixos", colocando a propagação do vírus em "números europeus".
"Temos de manter o estado de emergência e o confinamento, como os atuais, por mais quinze dias, e, apontar para prosseguir março fora no mesmo caminho, para não dar sinais errados para a Páscoa", defendeu.
Sobre o futuro desconfinamento, advertiu: "Temos de, durante essas semanas, ir estudando como, depois da Páscoa, evitar que qualquer abertura seja um novo intervalo entre duas vagas".
O Presidente da República apelou ainda a uma melhoria do rastreio de pessoas contaminadas com covid-19, "com mais testes, mas sobretudo com mais operacionais", e a que se tenha presente "o desafio constante da vacinação possível", considerando que "sem essas peças-chave não haverá um desconfinamento bem sucedido".