Madeira é tratada como colónia de 2.ª categoria
Albuquerque reage ao não cumprimento da moratória contemplada no Orçamento Suplementar
O presidente do Governo Regional acusa a República de voltar a tratar a Madeira como colónia. Em o não cumprimento da moratória contemplada no orçamento suplementar, nomeadamente a proposta aprovada que consiste em adiar o pagamento de três prestações da dívida ao Estado, no valor de 144 milhões de euros.
Foi dada autorização pela direcção geral do tesouro e finanças, foi aprovado na AR mas até hoje não foi assinado o acordo, de acordo com denúncia feita pelo deputado do PSD, Rafael Carvalho. Segundo o deputado foram adicionadas à dívida uma capitalização de juros no montante de 57 milhões de euros.
Porque as verbas estão cativas o que impede o Governo Regional de as poder utilizar, Miguel Albuquerque tece fortes críticas a Lisboa.
“Como a Madeira é tratada como uma colónia, uma colónia de 2ª categoria, querem-nos cobrar juros sobre juros, ou seja, querem mais uma vez nos espoliar e tratarem os madeirenses e os porto-santenses como cidadãos portugueses de 2ª”, considerou.
Admitiu que a Região vá pagar ‘os juros sobre juros’, apesar da actual situação grave.
“É bom que os madeirenses e porto-santenses tenham a noção do que se está a passar, nós possivelmente vamos pagar essa prestação”, admitiu, para concluir que “as antigas colónias são mais bem tratadas do que os madeirenses e porto-santenses”.
Albuquerque esclarece que só pondera pagar “pagar essas prestações para não estarmos, mais uma vez, a ser espoliados e tratados de forma vergonhosa como temos sido tratados ao longo de todo este processo”. Aproveitou para lamentar que não haja uma entidade nacional que olhe para esta situação.