Boris conformado com necessidade de vacinas de reforço anuais
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu hoje que poderá ser necessário uma vacina anual contra a covid-19 para imunizar as pessoas mais vulneráveis contra novas variantes.
"Penso que temos de nos preparar para um mundo em que teremos vacinas de reforço contra novas variantes no outono", disse numa conferência de imprensa esta tarde, comparando com as vacinas contra a gripe, que são administradas a pessoas vulneráveis e idosas todos os anos.
Johnson vincou que o plano do Reino Unido continua a ser acelerar a vacinação das pessoas com mais de 70 anos até ao final de abril.
"Não vemos nesta altura provas de que as vacinas não têm um efeito benéfico sobre todas as variantes. É provável que todas as vacinas tenham algum efeito benéfico sobre todas as variantes", vincou.
Porém, acrescentou que, "à medida que novas variantes aparecerem, será mais útil do que nunca ter vacinas que consigam combater todas as variantes", e mostrou-se confiante de que as vacinas vão poder ser melhoradas.
O Governo britânico anunciou recentemente uma parceria com a empresa de biotecnologia alemã CureVac para desenvolver rapidamente novas vacinas de resposta a novas variantes da covid-19, aproveitando a capacidade do Reino Unido em genómica e sequenciação.
Nesse sentido, fez um pedido inicial de 50 milhões de doses para serem entregues ainda este ano, se for necessário, juntando-se às 407 milhões de doses encomendadas a diferentes companhias com vacinas concluídas ou em desenvolvimento.
Nos últimos dias, as autoridades de saúde britânicas intensificaram testes em algumas áreas onde foram encontrados casos da variante B1351, detetada na África do Sul, e declararam "preocupante" uma nova variante da já variante B117, detetada em Inglaterra, na qual recentemente foram encontradas mutações de tipo E484K.
Esta mutação na proteína do espigão [spike] também foi encontrada nas variantes B1351 e B1128, detetada no Brasil, o que torna o vírus mais infeccioso e potencialmente mais resistente às vacinas existentes.
Até hoje, 13.058.298 pessoas receberam a primeira dose de uma vacina contra o novo coronavírus no Reino Unido e 519.553 pessoas receberam já a segunda dose, a qual é administrada com um intervalo de até 12 semanas.
Este número inclui mais de 90% de todas as pessoas com mais de 75 anos e mais de 90% dos residentes elegíveis em lares para idosos, disse o primeiro-ministro, que está confiante de que será cumprida a meta de vacinar 15 milhões de pessoas que compõem os quatro primeiros grupos prioritários até segunda-feira.
O Reino Unido registou 1.001 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, somando 114.851 desde o início da pandemia covid-19, o balanço mais alto na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.341.496 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.