“Equipa a seguir!”
Boa noite!
Não gosto do futebol mentor e cúmplice do que há de baixo nível na sociedade e que tolera, à vez, tudo o que não presta. Uma modalidade que cultiva ódios tribais e aniquila a diversidade não pode fazer bem à saúde, não encaixa na lógica dos bons costumes e não serve os interesses de um povo que paga para ver. Mal vai quem permite que quase todos os dias a bola salte das agressões à selvajaria verbal, da corrupção ao ajuste de contas, das influências às lavagens de dinheiro, da mediocridade ao erro, das injustiças ao medo e da violência à morte.
O futebol está no vermelho e ninguém está isento de culpas num domínio conspurcado por gestos e palavras que atentam contra a dignidade humana, sejam os seus autores encarnados, azuis ou verdes, donos da bola ou aprendizes das manobras subversivas que durante muitos anos têm viciado resultados e anestesiado viciados.
O futebol de primeira há muito deixou de ser espectáculo puro e precisa de ser tratado como caso de polícia. De facto, este não é a assunto do Desporto, mas sim da Administração Interna ou da Defesa Nacional. Por isso, limpe-se com rapidez o balneário, irradiando sem contemplações gente sem escrúpulos, que cospe no adversário, humilha colegas de profissão e corrompe o sistema. Depois, fica tudo mais fácil e genuíno, como no tempo em que gritávamos “Equipa a seguir!” naquele campo improvisado, por vezes inclinado, sem árbitro e sem barras nas balizas feitas com as pedras que nunca atiramos ao adversário.