Avião vindo do Brasil ia aterrar em Portugal com 500 quilos de cocaína
A apreensão só foi possível porque o piloto da aeronave particular comunicou à torre de controlo que os seus comandos de voo indicavam algum tipo de problema de funcionamento.
O Governo português afirmou hoje que rejeitou o pedido de autorização para viajar para Portugal de um avião privado a partir de Salvador, Brasil, no qual foram apreendidos 500 quilos de cocaína, ao contrário de informação das autoridades brasileiras.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) esclareceu que "o pedido de autorização para a viagem na aeronave em apreço foi indeferido pelo MNE".
Citadas pela agência espanhola Efe, as autoridades brasileiras tinham indicado que o avião particular recebera autorização para descolar da cidade de Salvador com destino a Portugal.
A Polícia Federal do Brasil apreendeu a droga na aeronave, que se encontrava na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.
A apreensão só foi possível porque o piloto da aeronave particular comunicou à torre de controlo que os seus comandos de voo indicavam algum tipo de problema de funcionamento.
Após o alerta, os mecânicos que foram ao avião para verificar o problema descobriram parte da droga e relataram à Polícia Federal.
"Com o apoio de especialistas criminais federais e cães treinados para detetar drogas da Polícia Civil, foram encontrados na aeronave outros esconderijos onde estava o resto da droga", informou a Polícia Federal, numa nota divulgada hoje.
A droga tinha sido dividida em comprimidos marcados com logótipos de marcas desportivas famosas.
Os três tripulantes e dois passageiros da aeronave foram levados à superintendência da Polícia Federal em Salvador para prestar depoimento, mas a polícia brasileira não esclareceu se foram detidos ou se apresentou queixa contra eles.
A aeronave onde foram encontrados os 500 quilos de cocaína pertence a uma empresa privada que oferece serviços de transporte aéreo.
"As investigações continuarão para identificar os responsáveis pela carga ilícita, que poderão responder pelas acusações de tráfico internacional de drogas e associação com o narcotráfico, cujas penas combinadas podem chegar a 25 anos de prisão", informou o comunicado da Polícia Federal.
O Brasil é um importante intermediário nas rotas de embarque para a Europa da cocaína produzida nos países andinos.