Marcelo explica coabitação com Costa por cada um viver em sua casa
O Presidente da República, social-democrata, tentou hoje explicar, com humor, a coabitação com o primeiro-ministro, socialista, por cada um viver a sua casa e não revelarem em público os "momentos menos bons", como "em todas as relações humanas".
Marcelo Rebelo de Sousa foi entrevistado no programa "Isto é gozar com quem trabalha", da SIC, por Ricardo Araújo Pereira e respondeu às perguntas bem-humoradas, por exemplo, para saber como consegue resistir ao "divórcio", que aumentou no tempo de pandemia, e o que faz "para manter a chama quando o primeiro-ministro mete tanta água".
O Presidente reeleito respondeu, a sorrir, que há "três razões" para isso acontecer.
A primeira é que "cada um vive na sua casa", São Bento e em Belém, e a segunda é por tratar-se de "uma relação institucional que pode ter momentos afetivos, mas não uma relação afetiva, que pode ter momentos institucionais", disse.
"Faz a diferença", concluiu, para logo a seguir dizer que "como todas as relações humanas tem momentos bons e maus, só os traz a público".
Fazendo o balanço, Marcelo afirmou que esta coabitação resultou, para o país, com um "momento geral bom, mais do que alguns momentos pontuais maus", em que os "momentos bons compensam os momentos menos bons".
Marcelo repetiu ter compreendido o eleitorado nas presidenciais, que "as pessoas querem mais e melhor" e admitiu que, com o país a viver numa crise pandémica, espera "mais investimento" no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Foi quando respondeu à pergunta sobre se a crise o levaria a retirar as condecorações do 10 de Junho face ao agravamento da crise pandémica e recordou que, em 2020, agraciou, simbolicamente, os médicos e enfermeiros que trataram o primeiro doente de covid-19.
"Se pudesse multiplicava-as [as condecorações]. Mas é melhor dar-lhes condições de vida e de trabalho do que condecorações. Espero que haja mais investimento no SNS, mesmo com menos medalhas", disse.
No final de uma semana de polémicas com a vacinação, de políticos, por exemplo, Marcelo defendeu o "bom senso" na gestão deste dossier e afirmou: "O bem senso é um bem muito raro. Mas aqui deve prevalecer e vai prevalecer."
Esta é a segunda entrevista de Marcelo ao programa de Ricardo Araújo Pereira e prometeu voltar "depois da pandemia"