Já se sabe que quando a PSP quer, a PSP faz
Não sei de que posso falar esta semana, do que posso comentar ou do que posso criticar. Depois de quase duas semanas fechado entre as paredes de um gabinete, onde exerço as minhas funções profissionais, longe das gentes, até dos meus companheiros e camaradas de trabalho, numa vivência tão impessoal quanto se possa imaginar, para que também eu possa contribuir e respeitar com o confinamento geral, pouco posso, na realidade, escrever seja sobre o que for.
O que está a acontecer ao nosso país, e às nossas vidas? O “COVID 19” (o nome não é excitante, reconheço) mas tem causado o caos nos nossos hospitais, azeda relações entre partidos políticos e transformou a máscara, no acessório indispensável das “tendências da colecção” - Primavera/Verão e provavelmente para os próximos anos.
Não estou obviamente a criticar as medidas preventivas das autoridades de saúde, longe disso, e sei que o seguro morreu de velho, mas o medo do desconhecido alimenta paranóias e uma necessidade psicológica de fechar portas, a tudo o que nos é estranho, Coronavírus em crescimento constante e não só.
Vêm estas considerações a propósito das missões e das responsabilidades da PSP, e agora em estado de emergência. Uma coisa é certa. Já se sabe que quando a PSP quer, a PSP faz. Estamos preparados para a mudança e para nos mudarmos a nós mesmos, nestes tempos difíceis.
As mudanças dos últimos anos são visíveis e vêm provar, que não obstante a dimensão e a diversidade de competências da mais importante Força de Segurança em Portugal, a estratégia de liderança da nova Direcção Nacional da PSP (DN/PSP) que em 2020 assumiu o comando tem estado a funcionar muito bem em termos gerais. O nosso país, passou a olhar para a sua PSP com outros olhos, e dentro de casa, a ordem tem sido mantida.
Esta atitude, leva-me a uma questão fundamental na Instituição, a que eu orgulhosamente pertenço: Um despacho da direção nacional da PSP, datado de 22 de Janeiro, determina que seja dada prioridade “à ação fiscalizadora do cumprimento das restrições impostas” pelo estado de emergência relativamente a outras ocorrências policiais que não coloque em risco a integridade física ou a vida das pessoas e que sejam utilizadas “todas as valências” da polícia.
Logo, a DN/PSP, de forma positiva e rápida, reage assim aparentemente às exigências do contexto em que estamos inseridos, às medidas impostas pela Administração Interna no período de confinamento, e às reais necessidades da população que precisa de nós.
Num documento assinado pelo Diretor Nacional da PSP, admite que ainda temos um longo caminho para percorrer ao abrigo do estado de emergência, em que o Governo impôs um dever geral de recolhimento domiciliário, e a suspensão de um conjunto de atividades, que vigoram desde 15 de janeiro.
A partir daqui é fácil perceber, o porquê de não podermos tirar férias numa altura destas, é fácil perceber o porquê dos serviços internos reforçarem toda a parte operacional, é fácil também perceber, a chamada e a convocação dos nossos camaradas na situação de pré-aposentação.
Para rematar, não posso deixar de dizer que é em situações como estas que se espera dos sindicatos e dos seus responsáveis atitudes nobres, porque num estado de emergência, num estado de pandemia, temos de abdicar de alguns direitos e focarmo-nos no dever de cumprir, e esperar que a “nova” normalidade volte.
Isto significa que a nossa zona de conforto vai ser reduzida ao mínimo, obrigando a nossa mente e a nossa energia a serem constantemente forçadas a aceitar a mudança. O medo do desconhecido é compreensível, mas gostemos ou não, vivemos tempos em que precisamos de mudar constantemente de estratégias, de ideias e frequentemente de lugar.
Por isso, é que todas estas orientações não se tratam de um capricho governamental, ou uma obstinação da PSP e tem uma razão de ser e essa razão é a proteção dos cidadãos, de todos os cidadãos.
Bem, depois disto, Já se sabe que quando a PSP quer, a PSP faz. E quem não quiser perceber isso, está a desrespeitar o direito dos outros que têm esperança de regressar o mais rapidamente possível à sua atividade normal, sem confinamentos nem constrangimentos.