Rio de Janeiro terá fogo de artifício no fim do ano apesar de temores da Ómicron
O Rio de Janeiro oferecerá espetáculos de fogo de artifício em dez praias daquela cidade brasileira na última noite de 2021, como alternativa ao famoso 'Réveillon', festa cancelada este ano por temor da variante Ómicron da covid-19.
A versão mais simples e menos atrativa da famosa festa de 'Réveillon' do Rio de Janeiro - que tradicionalmente reúne cerca de dois milhões de pessoas na praia de Copacabana para se despedirem do ano - foi anunciada hoje pelo prefeito, Eduardo Paes, em conferência de imprensa.
O anúncio foi feito uma semana após o próprio Paes incluir o Rio de Janeiro entre as 23 capitais regionais do Brasil, de um total de 27, que cancelaram as suas festas de fim de ano por temerem que as festividades ajudassem a disseminar a nova variante do coronavírus num momento em que o Brasil parece superar a pandemia.
"Vamos cancelar a celebração oficial do 'Réveillon' do Rio. Tomo a decisão com tristeza, mas não podemos organizar a festa sem a garantia de todas as autoridades sanitárias. Espero estar em Copacabana abraçando todos na passagem de 2022 para 2023. Sentiremos saudades este ano, mas o mais importante é que continuemos vacinando e salvando vidas", afirmou o autarca.
O principal motivo do cancelamento das festas é o temor de um novo recrudescimento da pandemia, que já deixou mais de 616 mil mortos e quase 22,2 milhões de infetados no país - um dos três mais afetados pela pandemia no mundo ---, num momento de alerta para o surgimento da nova variante Ómicron.
O Brasil registou até ao momento seis casos da nova linhagem do SARS-CoV-2 - e investiga um caso suspeito -, uma variante que foi notificada pela primeira vez na África do Sul no passado 25 de novembro e da qual tudo indica que seja mais contagiosa do que as anteriores.
Contudo, uma nova consulta ao conselho científico que assessora os Governos regional e municipal na gestão do covid-19 levou Paes a rever a situação e anunciar que a prefeitura vai oferecer espetáculos de fogos de artifício de até 16 minutos, não só em Copabacana, mas também em nove outras praias da cidade.
"Será difícil estar em algum lugar da cidade sem olhar para o céu e ver os fogos de artifício. Queremos uma festa com a maior democracia possível", disse o prefeito.
"É claro que vai haver aglomeração. A aglomeração não está proibida no Rio de Janeiro. Mas vamos reduzir os riscos. Teremos os espetáculos em dez pontos diferentes para evitar deslocamentos e aglomerações", acrescentou.
O município considera que o cancelamento dos concertos musicais e das festas programadas em Copacabana diminuirá o interesse dos cariocas e turistas em ir à praia para se despedir do ano, uma vez que poderão assistir ao espetáculo pirotécnico sem precisarem de estar no areal.
A única atração adicional nos areais serão as 25 torres de caixas de amplificação de som montadas em Copacabana e que reproduzirão diferentes músicas, assim como a contagem dos segundos restantes para a entrada em 2022.
Em 2020, a festa também foi cancelada, incluindo os espetáculos de fogos de artifício, mas a prefeitura enviou guardas às praias para evitar que as pessoas se aglomerassem.
Em números absolutos, o Brasil, com 616.457 mortos e 22,1 milhões de casos, continua a ser um dos três países mais afetados pela pandemia no mundo, juntamente com os Estados Unidos e com a Índia, apesar de a pandemia estar em queda no país desde junho.
A covid-19 provocou pelo menos 5.278.777 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,22 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.