Um homem e um Padre marcante
Quando penso nas pessoas que mais me marcaram e influenciaram a minha vida, o Padre Nuno Filipe, O.H surge, imediata e naturalmente entre as primeiras. Já não está entre nós. Se fosse vivo, no dia 8 de dezembro faria 67 anos de ordenação sacerdotal.
Estou em crer que o segredo dos “santos” está na sua doação total. São pessoas que compreendem a vida como uma doação, que se dedicam com generosidade aos outros, que não esperam ser correspondidas, que se sentem inteiramente satisfeitas apenas com a sua entrega, que tem metas muito elevadas, que superam os limites da ação da nossa vida, que se sentem plenamente realizadas, graças à presença de DEUS na sua vida. Só assim se pode interpretar o que foi a vida do Pe. Nuno Filipe.
Muito a Região Autónoma da Madeira deve a este Padre, na sua paixão em prol da Juventude, pela denuncia dos flagelos da nossa sociedade, pela dedicação aos nossos doentes mentais, pela colaboração assídua com vários órgãos de comunicação social, pelas suas posições corajosas em prol da hospitalidade, da moralidade e da fé. Julgo que os nossos governantes devem repensar e reconhecer quem se tem preocupado verdadeiramente com os problemas deste tipo nomeadamente com os doentes mentais.
Recordo-me das suas “orações da manha” através do Posto Emissor do Funchal, orações essas que eram um conforto da sua palavra de homem de Deus a quantos sofriam e precisavam dum lenitivo para o seu sofrimento, a quantos necessitavam de meditar profundamente nos sinais dos tempos e deles haurir exemplo, lição e força para pautar sua conduta cristã. E sempre terminava com a frase “Irmãos rezemos Juntos”.
Tomás Freitas