Madeira

“Temos no nosso mar uma riqueza imensa”

Arqueólogo responsável pela ‘descoberta’ do SS Newton

Foto DR/ALC
Foto DR/ALC

Também na vertente arqueológica o fundo marinho à volta da Madeira é de uma riqueza imensa. A garantia é do arqueólogo Alexandre Brazão, do CEAM - Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e Contemporânea, responsável pelo projecto da Rota Arqueológica Subaquática da Ponta de São Lourenço, que esta manhã é apresentado.

“A Ponta de São Lourenço em biodiversidade e conservação do fundo marinho se calhar é das melhores zonas que nós temos na Madeira. É realmente um atractivo enorme mergulhar na Ponta de São Lourenço, a geologia, a biologia e a arqueologia, no caso, juntos, fazem um produto turístico de excelência para a Madeira”, assegura o arqueólogo.

O projecto Margullar foi financiado no âmbito do programa INTERREG MAC 14-20, tendo como objectivo primordial a valorização do património arqueológico subaquático, através da preservação e da criação de activos turísticos que contribuam para o aumento da nossa oferta cultural. A investigação que foi desenvolvida permitiu identificar e mapear os destroços de um navio, julgando tratar-se dos despojos do navio britânico SS Newton, afundado em 1881.

Este é o resultado de “uma ideia que já vem sendo maturada há bastantes anos” e Alexandre Brazão não tem dúvidas que “o potencial que nós temos na Madeira, em especial, desperta o interesse dos cientistas da arqueologia há muitos anos a nível nacional e mesmo internacional” sendo esta apresentação “uma oportunidade de nós começarmos a divulgar e a preservar o nosso património”.

Espera que este projecto seja apenas o início, tendo em conta que “temos vários naufrágios à volta da ilha”. Um potencial por explorar e reforçar a atractividade subaquática que juntamente com “a visibilidade e biodiversidade que temos no nosso mar, é uma riqueza imensa”, assegura. Importa por isso identificar e mapear os muitos destroços de navios afundados em diversos pontos da ilha para expandir a rota arqueológica a encontrar no mar da Madeira.

“Há um grande potencial e é um desejo comum que se continue com este tipo de projectos”, concretizou o arqueólogo.