Greve de cinco dias com "expressiva adesão"
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) congratulou-se hoje com a "expressiva adesão" dos trabalhadores dos impostos e alfândegas à greve de cinco dias, que termina às 24:00, e pretende reavaliar dia 15 a continuidade dos protestos.
O sindicato convocou o Conselho Geral para 15 de dezembro que, segundo a líder do sindicato, Ana Gamboa, em declarações à Lusa, "pode" deliberar essa continuidade, tudo dependendo da resposta aos protestos que, até ao momento, não motivou qualquer contacto da tutela para resolver os motivos da paralisação, como a demora na regulamentação da revisão das carreiras ou o funcionamento e perda de autoridade da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).
"Se até dia 15 [dia da reunião nacional do sindicato] não tivermos evolução, podemos tomar medidas para dar continuidade ao protesto", afirmou Ana Gamboa, ressalvando esperar que o silêncio do Governo signifique estar a tratar da regulamentação do diploma das carreiras.
O balanço do sindicato da greve de cinco dias, que abrangeu trabalhadores das repartições de finanças, das alfândegas, portos e das lojas do cidadão, é o de que "correu bem com uma adesão expressiva", refletida em 70% dos serviços de finanças encerrados e numa "grande maioria" dos trabalhadores aduaneiros em serviços mínimos, provocando constrangimentos no desalfandegamento nos portos de Sines e de Leixões.
No sábado, quarto dia de greve, 50% das lojas do cidadão estiveram em greve, segundo a líder sindical, referindo-se aos funcionários da AT que trabalham ao fim de semana nos balcões cidadão.
A greve iniciou-se num feriado, com o objetivo de realçar as funções aduaneiras nos portos e aeroportos do país, deslocando-se uma delegação do STI ao porto de contentores Terminal XXI em Sines.
Na sexta-feira, em Lisboa, realizou-se uma concentração de trabalhadores da AT, em frente ao Ministério das Finanças, para exigir "dignificação profissional e melhores condições de trabalho".
Hoje, último dia do protesto, desloca-se uma delegação do sindicato ao Aeroporto de Lisboa, para se juntar aos trabalhadores em greve, e está agendada uma concentração de trabalhadores em Faro, segundo a líder sindical.
A paralisação conta com o apoio do fundo de greve, após a decisão do Conselho Geral do sindicato tomada em finais de outubro.
A greve foi marcada em protesto contra a demora na regulamentação da revisão da carreira dos trabalhadores dos impostos, a crescente degradação no funcionamento e perda de autoridade da AT, o sistema de avaliação de desempenho e "as funções robóticas que travam o combate à fraude e à evasão fiscal".
Várias estruturas sindicais tinham agendado greves para o mês de novembro, mas o chumbo na proposta do OE2022 levou a que algumas decidissem desconvocá-las.