É divertido ser do contra
Na Madeira sempre houve gente do contra. Simplesmente do contra. E, como é divertido ser do contra, de vez em quando, a malta sai à rua para se manifestar. Agora são contra as vacinas, mesmo que cientificamente não saibam do que falam. Apenas são do contra.
Ora, esta versão populista de serem simplesmente do contra justificou alguns ecos na sociedade madeirense, porque nas redes sociais pululam teorias da conspiração e notícias falsas que ajudam a fomentar este tipo de visão, a que muitos chamam de negacionista, eu prefiro a palavra palermice.
A malta do contra, que até esconde a cara em ações de rua, com vergonha daquilo que faz, para além de que se deixa fotografar ao lado de alguns bons cromos da nossa sociedade, que também gostam de aparecer nestas ocasiões, não tem bases científicas para colocar em causa a segurança, a eficácia e o potencial das vacinas contra a Covid-19. Mas não se coíbe de o fazer, porque tem esse direito. O direito de ser do contra e de poder acreditar em campanhas de desinformação, apesar das evidências científicas.
Há quem esteja determinado em continuar a ser do contra, mesmo que isso o leve à morte. Pode a malta do contra discutir a liberdade de decisão de tomar vacinas, até a liberdade de poder proliferar notícias falsas e a desinformação, agora é preciso que também tenha em consideração que a liberdade individual termina quando esbarra na liberdade coletiva, ainda mais quando estamos a lidar com uma questão de saúde pública.
Portanto, convirá à malta do contra encontrar alguém na comunidade científica que defenda as teorias em que acredita. Do contra! Simplesmente do contra…
Jesus Camacho