Manifestantes contra medidas para travar a pandemia atacam jornalistas em Berlim
Pelo menos cinco jornalistas e fotojornalistas ficaram com ferimentos ligeiros, atacados por manifestantes que contestavam hoje, em Berlim, as medidas para travar a covid-19 anunciadas pelo Governo alemão, um protesto não autorizado.
A Associação de Jornalistas da Alemanha (DJV) manifestou-se solidária com as vítimas das agressões, que tiveram lugar em vários incidentes, registados em vídeo e divulgados nas redes sociais pelos jornalistas que cobriam o protesto.
"Há que atuar de forma clara e consequente contra antidemocratas, que inventam conspirações e contra inimigos dos 'media'", escreveu a DVJ na sua conta no Twitter, ao mesmo tempo que agradeceu à polícia, que deteve os agressores.
Diversos grupos detratores das medidas adotadas pelo Governo convocaram uma manifestação para hoje na capital alemã com o lema "Não à vacinação obrigatória", um protesto que acabou por não ser autorizado na sexta-feira.
"Os participantes demonstraram repetidamente, numa série de manifestações, que não cumprem as normas de proteção", justificou a polícia de Berlim, numa nota de imprensa para explicar a sua decisão.
Apesar disso, vários grupos, o maior dos quais "com várias centenas de pessoas", segundo declarou à agência EFE um porta-voz da polícia, saltaram as barreiras das forças de segurança e desfilaram em direção ao centro de Berlim, onde estavam concentrados contra-manifestantes de esquerda.
Nos últimos dias têm-se repetido em todo o país concentrações contra as medidas destinadas a travar o avanço da pandemia e contra a vacinação obrigatória que poderá ser adotada.
Muitos dos protestos não conseguiram reunir mais do que centenas de pessoas, mas foram abundantes os incidentes com a polícia, que intervém com frequência por se tratar de protestos não autorizados ou por os participantes não cumprirem as normas de segurança.
Na sexta-feira à noite, um grupo de 30 manifestantes concentrou-se em frente à residência de uma responsável de saúde da Saxónia, Petra Köpping, empunhando tochas.
O ato foi duramente condenado por representantes de todos os partidos, exceto da extrema-direita.