Brasil relata surto de 146 casos de coronavírus em dois navios de cruzeiro
As autoridades sanitárias brasileiras informaram ontem que existe um surto com 146 casos de coronavírus, em dois navios de cruzeiro que percorrem o litoral do país, por ocasião das festas de fim de ano.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o navio de cruzeiro MSC Splendida teve de regressar "ontem", quarta-feira, ao porto de Santos, "depois que novos casos positivos do covid-19 foram encontrados a bordo."
Os primeiros casos foram detetados na terça-feira, quando o navio esteve em Balneário Camboriú, no sul do estado de Santa Catarina - na fronteira com a Argentina -, e o relatório final apontou que 51 tripulantes e 27 passageiros tiveram resultado positivo para covid-19.
O cruzeiro partiu no domingo de Santos para uma travessia de sete dias que deveria passar pelo Rio de Janeiro, na sexta-feira, onde passaria o Réveillon.
O navio de cruzeiro regressou a Santos, onde os 78 infetados, mais 54 pessoas que tiveram contacto direto com eles, foram remitidos para um hotel para cumprir quarentena.
Os restantes 4.000 passageiros e tripulantes do navio esperam o resultado de outros testes para saber se suspendem ou se continuarão a viagem.
Por outro lado, a Anvisa também anunciou hoje que o navio de cruzeiro Costa Diadema, que saiu igualmente de Santos com 3.836 pessoas a bordo, atracou em Salvador, capital do estado da Bahia, após a confirmação de 56 positivos para covid-19, na tripulação e 12 em passageiros.
"A Anvisa não autorizou o embarque e desembarque de passageiros em Salvador, até que a investigação em análise seja concluída", informou a agência.
O próximo destino do navio era Ilhéus, também na Bahia.
O Brasil, um dos três países mais afetados pela pandemia do coronavírus em números absolutos, depois dos Estados Unidos e da Índia, acumula mais de 22,2 milhões de casos confirmados e quase 619 mil mortes.
A covid-19 provocou mais de 5,42 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.