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Pelo menos 13 mortos na Somália na sequência de combates entre Exército e grupo 'jihadista'

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Pelo menos 13 pessoas, quatro civis e nove militares, morreram hoje na Somália em confrontos entre o grupo 'jihadista' Al-Shabab e o Exército na cidade estratégica de Balcad, a cerca de 30 quilómetros da capital, segundo a polícia.

Os combates começaram de manhã, depois dos militantes do Al-Shabab atacarem posições governamentais em Balcad, zona conhecida como o "cesto do pão de Mogadíscio", e assumirem o controlo da cidade durante várias horas.

"O Al-Shabab sempre se mostrou interessado em tomar conta desta importante cidade (...). No entanto, o Governo não permitirá que isto aconteça", disse à agência de notícias Efe o comissário de polícia do distrito de Balad, ao qual pertence Balcad.

"[Hoje] testemunhei a morte de 13 pessoas, mas conseguimos deter o ataque inimigo", acrescentou Aydurus Geedi.

Segundo a agência France-Presse, pelo menos quatro pessoas, incluindo dois civis, foram mortas numa rusga dos rebeldes 'Shebab' naquela cidade perto da capital, citando também fontes policiais.

Assaltantes armados atacaram Balcad, a cerca de 30 quilómetros a norte de Mogadíscio, na quinta-feira, disseram a polícia e testemunhas.

"Os terroristas atacaram Balcad esta manhã cedo, visando postos de controlo", disse Abdullahi Mohamed, um agente da polícia local, por telefone, acrescentando que duas forças de segurança e dois civis tinham sido mortos.

Além do seu potencial agrícola, a cidade de Balcad é também uma ponte essencial para a região, ligando Mogadíscio ao norte do país, e é considerada uma das portas de entrada para a capital.

Por estas razões, o Governo enviou tropas fortemente armadas para a cidade, que lutaram para impedir a infiltração de militantes do Al-Shabab na cidade.

Segundo Geedi, o Exército conseguiu recuperar o controlo de Balcad após várias horas de combates e a cidade está agora calma.

A Somália está numa situação de conflito e caos desde 1991, ano em que o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país do Corno de África sem um Governo efetivo e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.

O grupo Al-Shabab, filiado na Al-Qaida desde 2012, tem levado a cabo numerosos ataques terroristas em Mogadíscio e outras áreas da Somália.

As operações da Missão da União Africana na Somália (Amison) e do Exército somali forçaram o Al-Shabab a fugir das principais cidades e a retirar-se para as zonas rurais, mas os insurgentes ainda controlam de facto algumas áreas no centro e sul da Somália, onde querem estabelecer um estado islâmico 'wahhabi' (ultraconservador).

A insegurança causada pelo Al-Shabab é agravada por uma profunda crise política no país, com o adiamento sucessivo das eleições presidenciais devido a desacordos políticos.

Esta crise complicou-se ainda mais na segunda-feira, quando o Presidente, Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo ordenou a suspensão do primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble.

Na sequência da jogada do Presidente da Somália, tanto Roble como o Conselho de Candidatos à Presidência da Somália - um órgão de cúpula para candidatos da oposição - acusaram esta semana Farmaajo de tentativa de golpe de Estado no país.