Israel proíbe uso de aplicação que rastreava cidadãos através do telemóvel
O Governo de Israel interrompeu a utilização de uma ferramenta que permitia rastrear telemóveis, que causou polémica no país e era usada para despistar possíveis casos da nova variante da covid-19 Ómicron, foi divulgado na quinta-feira.
No início da semana, além das restrições a viajantes, o Governo israelita autorizou a agência de segurança interna do país a usar a tecnologia de monitorização por telemóvel para rastrear contactos de pessoas infetadas pela variante Ómicron.
O gabinete do primeiro-ministro Naftali Bennett explicou esta quinta-feira, em comunicado, que as medidas de emergência que autorizaram a "monitorização de telemóveis" de pessoas infetadas com a nova variante Ómicron, e daqueles que possam ter estado em contacto com os casos positivos, terminam à meia-noite [22:00 em Lisboa].
A decisão de reverter a utilização desta aplicação, aprovada de emergência na terça-feira, surgiu após um 'ombudsman' [provedor dos direitos dos cidadãos] do Governo se ter manifestado contra a implementação desta tecnologia, argumentando que era ineficaz.
O ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, realçou através da rede social Twitter que "desde o início" tinha apontado que o "uso desta ferramenta seria limitado e breve, durante alguns dias, para permitir recolher informações urgentes sobre a nova e desconhecida variante".
"Além de proteger a saúde, devemos proteger a privacidade e os direitos humanos, mesmo em tempos de emergência", acrescentou.
Grupos de direitos humanos israelitas condenaram o uso desta tecnologia, que pode rastrear onde uma pessoa esteve e com quem é que esteve, considerando-a uma violação dos direitos de privacidade.
A Suprema Corte de Israel tinha decidido no início deste ano que a utilização desta ferramenta era de uso limitado.
A covid-19 provocou pelo menos 5.223.072 mortes em todo o mundo, entre mais de 262,93 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul, tendo sido identificados, até ao momento, 19 casos em Portugal.