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Síria e Jordânia reabrem zona franca comum fechada há seis anos devido à guerra

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EPA/SEDAT SUNA

A Síria e a Jordânia reabriram ontem definitivamente a zona franca que partilham numa área de fronteira, depois de ter estado encerrada durante seis anos devido à guerra civil síria.

A medida, anunciada num comunicado conjunto pelos ministros do Comércio e Indústria da Síria, Mohamed al-Khalil, e da Jordânia, Yissuf al-Shamali, constitui um novo passo na normalização das relações bilaterais afetadas pelo isolamento de Damasco na região árabe.

"[Os dois países] trabalharão para reabilitar a zona conjunta de livre comércio para que possam fazer-se investimentos sírios e jordanos e de outras nações árabes", indicaram os dois governantes no comunicado.

Ambos copresidem à Comissão de Administração da empresa que gere a zona franca na área fronteiriça de Nasib-Yaber, fundada em 2000 como parte integrante da cooperação económica bilateral e com um capital inicial de 1,5 milhões de dólares (1,32 milhões de euros).

Segundo dados oficiais, em 2014, último ano em que foi utilizada em pleno, cerca de 86.000 camiões de carga percorreram a área de 6,5 quilómetros quadrados, localizada perto da principal passagem de fronteira entre os dois países, transportando bens no valor de 1.500 milhões de dólares (1.430 milhões de euros).

No entanto, em 2015, a zona franca foi palco de frequentes incursões de grupos armados envolvidos na guerra na Síria, obrigando os investidores a abandonar o projeto.

O conflito também levou ao encerramento da passagem de fronteira de Nasib-Yaber até outubro de 2019. A zona foi fechada novamente devido à pandemia de covid-19, a partir do início de 2020, e palco de posteriores tentativas de reabertura.

Desde então, as autoridades sírias e jordanas têm tentado uma reaproximação política e económica, depois de as autoridades de Damasco terem sido isoladas pela maioria dos governos árabes por causa da guerra.

Em outubro, após várias reuniões entre os dois governos, a nível ministerial, e de outras entre comandantes militares, o rei Abdullah II, da Jordânia, e o Presidente sírio, Bashar al-Assad, mantiveram uma conversa telefónica, sem pormenores, naquele que foi o primeiro contacto direto entre ambos desde o início do conflito sírio, em 2011.