Duas crianças morrem em inundações em São Tomé
Pelo menos duas crianças morreram na ilha de São Tomé, na sequência de inundações causadas por chuvas intensas que começaram na terça-feira, e que provocaram também prejuízos avultados, disseram à Lusa responsáveis são-tomenses.
"Infelizmente, temos duas vítimas mortais a lamentar", afirmou o comissário da Proteção Civil são-tomense, Edson Bragança, acrescentando: "São duas crianças, uma com 10 anos e outra de 1 um ano e pouco", explicando que um dos corpos ainda não foi encontrado, porque foi arrastado pelas águas.
Uma das crianças era da zona norte do país e a outra vivia na capital, São Tomé, explicou.
O responsável, que falou à Lusa pela 11:30 locais (mesma hora em Lisboa), assegurou que não havia, até ao momento, registo de feridos graves.
Segundo o comissário, houve 12 inundações em várias localidades do país, incluindo na capital, São Tomé, embora a zona mais afetada seja a do norte, e há três pontes destruídas e estradas cortadas por causa do deslizamento de terras.
Além disso, a situação continua a "ser preocupante", na opinião de Edson Bragança, porque as chuvas não param.
Fonte do Governo adiantou à Lusa que as autoridades estão no terreno a recolher informação sobre o ocorrido, mas referiu que as cheias causaram "prejuízos avultados".
O Conselho de Ministros marcou uma reunião extraordinária para ainda esta manhã para avaliar a situação, acrescentou a mesma fonte.
De acordo com Edson Bragança, as chuvas em São Tomé e Príncipe começaram a intensificar-se na terça-feira por volta das 12:00, depois houve um intervalo das 15:00 às 18:00 e a partir dessa hora até agora continuam. "Até este momento ainda chove", sublinhou.
"Alguns rios galgaram o terreno e inundaram partes dessas zonas e da capital", adiantou.
"Em consequência destas inundações tivemos também a queda de três pontes, a ponte Paga Fogo, Ponte de Brigoma e de Lembá", tudo na zona norte do país, distrito de Lembá, a mais afetada, sublinhou o responsável da Proteção Civil do país.
Na capital, as inundações afetaram mais "lojas e bairros circundantes", referiu, garantindo que "as equipas da Proteção Civil e do Governo estão neste momento no terreno de modo a conter essa mesma inundação".
Já na parte norte do país, os vários deslizamentos de terras provocaram o corte de algumas estradas.
Assim, "da Lagoa Azul, até à capital [do distrito], Neves, a estrada está a fazer-se só num sentido".
De Neves para Santa Catarina, na zona de Diogo Vaz, "a estrada está mesmo impedida por deslizamentos de terra", adiantou.
Segundo o responsável da Proteção Civil, hoje de manhã equipas estavam a tentar desobstruir essas vias rodoviárias cortadas.
Além dos bombeiros e da proteção civil há também, segundo Edson Bragança, algumas organizações não-governamentais e populares a ajudar nos trabalhos.