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Comissão que investiga invasão do Capitólio concorda proteger alguns documentos

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Foto Alex Edelman / AFP

A comissão da Câmara dos Representantes norte-americana que está a investigar a invasão do Capitólio concordou adiar o seu pedido de centenas de páginas de registos da Administração Trump, cedendo aos desejos da Casa Branca de Biden.

O adiamento ocorreu em resposta a preocupações expressas pela atual Administração, presidida por Joe Biden, de que divulgar todos os documentos da Administração Trump pedidos pela comissão poderia comprometer a segurança nacional e o sigilo executivo.

O atual chefe de Estado norte-americano tem repetidamente rejeitado as tentativas de Donald Trump de invocar o sigilo executivo para impedir a divulgação de documentos relacionados com o dia 06 de janeiro deste ano, em que se deu a invasão ao edifício do Capitólio, em Washington, D.C., por apoiantes de Trump, derrotado nas presidenciais em que era candidato a um segundo mandato.

Mas a Casa Branca de Biden ainda está a trabalhar com a comissão da câmara baixa do Congresso norte-americano para proteger alguns documentos da divulgação.

Trump vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar impedir a Direção Nacional de Arquivos e Registos, que detém a custódia dos documentos do seu mandato na Casa Branca (2017-2021), de os entregar à comissão.

O acordo para manter alguns registos da era Trump fora do alcance da comissão encontra-se consagrado numa carta de 16 de dezembro do gabinete jurídico da Casa Branca: protege sobretudo registos que não estão relacionados com os acontecimentos de 06 de janeiro, mas estavam incluídos no abrangente pedido feito pela comissão de documentação da Casa Branca de Trump sobre os acontecimentos daquele dia.

Dezenas de páginas produzidas a 06 de janeiro não têm nada que ver com o assalto ao Capitólio. Outros documentos envolvem preparativos e deliberações sensíveis do Conselho de Segurança Nacional.

Os conselheiros de Biden temiam que, se tais páginas fossem entregues ao Congresso, tal abrisse um precedente problemático para o poder executivo, independentemente de quem fosse o Presidente.

Outros documentos ainda são altamente secretos e a Casa Branca pediu ao Congresso para trabalhar com as agências federais que os elaboraram para discutir a sua divulgação.