Putin defende eficácia da vacina russa Sputnik V contra variante Ómicron
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que a vacina anti-covid-19 Sputnik V da Rússia é altamente eficaz contra a variante Ómicron, ao discursar na cimeira informal da Comunidade de Estados Independentes (CEI), a decorrer em São Petersburgo.
"Falei com o chefe do Instituto Gamaleya [Alexandr Ginzburg], eles investigaram e estabeleceram que a Sputnik V neutraliza completamente a nova variante Ómicron", disse Putin, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Segundo o Presidente russo, Ginzburg tinha-lhe dito há dias que apenas os estudos clínicos darão a resposta definitiva sobre a eficácia da vacina russa, mas que, até agora, "o nível de neutralização é muito elevado".
Putin observou que a "Sputnik V garante cerca de 90% de proteção" contra a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.
A chefe da Agência de Saúde russa, Anna Popova, presente na cimeira da CEI, observou que a nova variante está a tornar-se dominante em muitos países em todo o mundo, em substituição da Delta.
No entanto, disse que este ainda não é o caso na Rússia, "onde desde o início existiram barreiras muito fortes" que impediram a entrada da Ómicron no país.
Popova disse que a Rússia ajuda outros países a melhorar os processos de sequenciação genómica e manifestou a vontade de "partilhar estas capacidades" com "colegas de outros países".
"Agora, fazemos isso com os nossos colegas da Bielorrússia, os nossos colegas da Arménia, e estamos prontos a propor estas possibilidades a todos, para evitar o aparecimento destes vírus e o seu desenvolvimento futuro", disse.
Popova ofereceu assistência na criação, construção, equipamento e formação do pessoal de centros científicos e laboratórios de alto nível especializados em programas de biossegurança e investigação.
Apesar da eficácia da vacina russa, Popova admitiu que não deve haver "quaisquer ilusões" quanto ao fim em breve da pandemia.
"Por agora, preparemo-nos para impedir a sua propagação e proteger as pessoas, imunizando-as contra a nova variante", acrescentou.
A variante Ómicron do vírus da covid-19 foi identificada pela primeira vez na África do Sul, em finais de novembro.
Desde então, foi detetada em pelo menos 110 países, incluindo Portugal, onde já é dominante.
Os peritos consideram que a Ómicron é mais contagiosa do que a variante Delta, mas que será menos perigosa.
O gabinete europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que a rápida disseminação da variante Ómicron resultará num "grande número de hospitalizações", mesmo que se revele ligeiramente menos perigosa do que a Delta.
A pandemia de covid-19 provocou mais de 5,4 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A Rússia é um dos países mais atingidos pela pandemia, com cerca de 300.000 mortos.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado pela primeira vez na China no final de 2019.