Conselho Mundial de Viagens e Turismo diz que faltam 85 mil trabalhadores no sector em Portugal
O Conselho Mundial de Viagens e Turismo estima que em Portugal faltam 85 mil trabalhadores no setor do turismo e viagens e que isso pode ter "impacto significativo" na recuperação económica, afirma num comunicado hoje divulgado.
Segundo o World Travel & Tourism Council (WWTC, sigla do nome original em inglês), à medida que a procura por viagens aumentou no segundo semestre deste ano, especialmente durante os meses de verão, foram evidentes as dificuldades em contratar pessoas, estimando que, no final deste ano, a escassez de trabalhadores atinja os 85 mil no final deste ano, o que equivale que um em cada seis postos de trabalho não são preenchidos.
Para o próximo ano, o WWTC estima que deve permanecer a escassez de funcionários, estimando uma falta média de 53 mil trabalhadores.
Segundo o WWTC, a falta de trabalhadores - uma das grandes queixas dos agentes do setor turístico em Portugal - pode ter "impacto significativo" na recuperação económica de Portugal.
"A recuperação económica de Portugal pode estar em risco se não tivermos pessoas suficientes para preencher esses empregos quando os turistas regressarem", disse a presidente do WTTC, Julia Simpson, citada em comunicado.
A falta de funcionários ameaça, desde logo, a sobrenvivência de muitos negócios, já em grandes dificuldades.
A WWT diz ainda que, apesar das medidas tomadas pelo Governo, no último ano 92 mil pessoas que trabalhavam diretamente neste setor perderam o emprego.
Em todo o mundo, a crise da covid-19 fez perder 62 milhões de empregos no setor de viagens e turismo, sendo problema de falta de trabalhadores à escala global.
Dados do Oxford Economics para o WTTC (focados no período entre julho e dezembro de 2021 e perspetivando 2022) indicam que, além de Portugal, faltam trabalhadores no setor de turismo e viagens em Espanha, Reino Unido, Itália, França e Estados Unidos da América.
O WTTC fala em medidas para governos e empresas enfrentarem a crise de escassez de mão de obra, defendendo que devem ser facilitados a mobilidade laboral e o trabalho remoto, devem aumentar os apoios de Segurança Social, assim como haver mais qualificação e requalificação da força de trabalho e retenção de talentos.