Presidente dos EUA pede ao Congresso mais autoridade para administrar Guantánamo
O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu segunda-feira ao Congresso mais autoridade para administrar a prisão militar na base de Guantánamo (Cuba), aberta em 2002 para prender suspeitos de terrorismo.
Biden formulou o seu pedido num comunicado onde manifestou o seu repúdio a algumas das disposições do orçamento de defesa para 2022, avaliado em 768 mil milhões de dólares, que reflete a nova política de Washington que deixa para trás o Afeganistão e concentra esforços na China e na Rússia.
Esse orçamento, que faz parte da designada Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, em inglês), inclui há vários anos restrições à transferência de presos de Guantánamo para outros países ou para território norte-americano, o que dificulta o objetivo de Biden de encerrar essa prisão.
"Desafio o Congresso a eliminar essas restrições tão rápido quanto possível", lançou Biden.
Apesar das divergências, o Presidente dos EUA assinou hoje essa legislação, que inclui mais 24 mil milhões de dólares do que tinha pedido ao Congresso, o que representa um aumento de 5% do orçamento de defesa em relação ao ano anterior.
Biden já disse que pretende encerrar Guantánamo, mas adotou uma abordagem mais discreta do que Barack Obama (2009-2017), que não conseguiu fechar aquela prisão e teve de limitar-se a reduzir a população prisional através de transferências para países terceiros.
Em 2015, Obama ameaçou vetar a NDAA devido às cláusulas que continha sobre Guantánamo, mas acabou por assinar o documento.
Atualmente encontram-se em Guantánamo 39 detidos, um número longe dos 780 que chegaram a passar por aquelas instalações desde que George W. Bush (2001-2009) as inaugurou em 2002.