“Colinho” político em Bruxelas
António Costa (AC) foi a Bruxelas como Primeiro Ministro (PM) participar no Conselho Europeu e aproveitou enquanto líder do PS e candidato às próximas eleições, “esquecendo-se” contudo de tirar a gravata, para usufruir do “colinho” político-partidário de governantes socialistas da UE e amenizar as agruras dos últimos eventos políticos no País. Em contraste com a ida a Bruxelas foi o facto de o PM, sempre pronto a evocar a descarbonização e chavões semelhantes, nunca ter sido questionado nem tão pouco explicado porque razão se escusou a comparecer num evento tão importante como a COP26 em Glasgow onde chefes de governos de todo o mundo procuravam consensos para definir novas metas e estratégias no combate às alterações climáticas. Obviamente que AC líder do PS não iria encontrar ali o “colinho” político-partidário que teve nesta sua visita a Bruxelas, mas o PM de Portugal poderia ter tido a oportunidade de mostrar todo o seu empenho nas questões ambientais e quiçá dar um contributo positivo para o resultado final da cimeira do clima, algo que manifestamente não lhe interessou. Para o PM AC as questões ambientais inserem-se no rol de promessas que não passam de propaganda política, com medidas pouco criteriosas como o encerramento intempestivo da central do Pego (CP), cuja principal consequência é a saída de divisas para adquirir no exterior a eletricidade que a CP deixou de produzir e que é produzida noutras centrais a carvão ou nucleares sem qualquer benefício ambiental. AC ao mesmo tempo que responsabiliza os parceiros da extrema esquerda pelo chumbo da proposta de OE/2022, dá a entender que qualquer cenário pós-eleições é possível, até reativar a aliança política com esses mesmos parceiros. O cúmulo da contradição é AC ao mesmo tempo que reafirma o PS como partido de esquerda e privilegia alianças com BE e PCP, pretender que o PS seja uma pseudo-charneira do centro político para tentar cativar os eleitores moderados.
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