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Liga Árabe condena plano israelita para duplicar população nos Montes Golã

Foto Shutterstock
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A Liga Árabe condenou hoje o plano anunciado por Israel para duplicar a população, construindo novos colonatos, nos Montes Golã, considerando-o mais um "passo perigoso" na expansão nos territórios ocupados e uma "violação flagrante" do direito internacional.

O secretário-geral deste organismo, Ahmed Abulgueit, advertiu em comunicado que "os planos israelitas representam uma violação flagrante do direito internacional, que considera os Golã um território sírio ocupado".

O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, anunciou domingo, após um conselho de ministros extraordinário, que o seu governo tinha votado "a favor de um plano de investimento sem precedentes nos Montes Golã para aí duplicar a população israelita".

Esta é uma área estratégica tomada por Israel à Síria em 1967 e anexada há 40 anos.

Apesar de a participação deste país naquele órgão regional estar suspensa desde 2011 devido ao seu conflito interno, o líder da Liga Árabe veio defender a integridade territorial da Síria dizendo que "está estabelecida no direito internacional" e "não está sujeita a negociações ou dúvidas".

"É mais do que tempo de a comunidade internacional ver a verdade de que este governo é um verdadeiro obstáculo no caminho para a paz na região", acrescentou.

Por seu lado, o secretário-geral adjunto para os Assuntos da Palestina e os Territórios Árabes Ocupados da organização, Said Abu Ali, disse, também em comunicado que "este novo passo colonialista israelita (...) segue anteriores passos perigosos".

Abu Ali acrescentou que plano de Israel visa "ratificar o projeto de colonato hostil" com o qual pretende "esgotar os recursos económicos dos Golã e aproveitar-se deles a favor do desenvolvimento da economia, da ocupação e do fortalecimento do seu domínio" sobre este território.

Israel tomou os Montes Golã da Síria em 1967 e anexou-os à sua jurisdição em 1981.

O plano que o Governo de Israel aprovou prevê quase 300 milhões de euros de investimento para construir mais de 7.000 novas casas e estabelecer dois novos colonatos, duplicando a população israelita na região.

Estima-se que 23.000 judeus vivem ali atualmente, juntamente com cerca de 26.000 árabes nativos drusos, membros de uma pequena comunidade religiosa autónoma, que afirmam ser na sua maioria de origem síria, embora tenham o estatuto de residentes em Israel,. dos quais cerca de 20% têm cidadania israelita.