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Extremistas islâmicos matam 41 pessoas em ataque no Norte do Burkina Faso

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Foto Shutterstock

Extremistas islâmicos mataram 41 pessoas durante um ataque na semana passada no norte do Burkina Faso, incluindo o líder proeminente de um grupo de voluntários que ajudava os militares do país, anunciou o Governo.

Alkassoum Maiga, o porta-voz do Governo, anunciou na quinta-feira dois dias de luto, após a mortífera emboscada a um comboio na província de Loroum.

Entre as vítimas encontrava-se Soumaila Ganame, também conhecido como Ladji Yoro, o líder voluntário mais importante do Burkina Faso.

O Presidente do Burkina Faso, Roch Marc Christian Kabore, disse que Ganame tinha morrido pelo seu país e "deve ser um modelo do empenho e determinação em combater o inimigo".

A morte de Ganame criou uma sensação de pânico, disse Heni Nsaibia, um investigador sénior do Projeto de Localização e Dados de Eventos de Conflitos Armados.

"Enquanto Ganame alcançou um estatuto lendário como contra insurgente popular, que desempenhou um papel central na mobilização (de voluntários) em Loroum e Yatenga, ele foi também a encarnação do Estado ausente", disse.

A violência na outrora pacífica nação da África Ocidental está a aumentar à medida que os ataques ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico aumentam.

Mais de 50 gendarmes foram mortos em novembro, no maior dos ataques recentes às forças de segurança do país, e pelo menos 160 civis foram massacrados na região do Sahel, em junho.

Ainda que as forças de segurança do Burkina Faso estejam a conduzir o maior número de operações, em comparação com os seus vizinhos na volátil região do Sahel, o exército está sobrecarregado, apagando um fogo de cada vez, disse Nsaíbia.

Os combatentes voluntários têm sido acusados de cometerem algumas violações dos direitos humanos contra os suspeitos de combaterem com os jihadistas, mas também se tornaram alvos de ataques.

O Governo está a enfrentar apelos para se demitir e a ser criticado pela aparente incapacidade de pôr termo à violência, com semanas de protestos a terem lugar em novembro. Em resposta, o Presidente demitiu o seu primeiro-ministro este mês.