Portugal apresenta condolências à África de Sul pela morte de Desmond Tutu
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português endereçou hoje condolências aos sul-africanos pela morte do prémio Nobel da Paz Desmond Tutu, destacando o homem que "imaginou e construiu" uma África do Sul onde todos cabem e são iguais.
Arcebispo sul-africano e Nobel da Paz Desmond Tutu morre aos 90
Desmond Tutu, arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1984 pelo seu ativismo contra o regime de segregação racista do apartheid, morreu hoje aos 90 anos, anunciou o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
"Desmond Tutu foi um líder religioso e cívico que soube sempre pôr em prática a sua crença na igualdade dos seres humanos. Lutou contra o apartheid, presidiu à Comissão da Verdade e Reconciliação. Nobel da Paz, agiu em nome da paz, do pluralismo e da dignidade humana", realçou o MNE português, numa nota publicada na rede social Twitter.
O ministério português salientou ainda que o bispo anglicano, ao lado do histórico ativista sul-africano Nelson Mandela, "imaginou e construiu uma África do Sul onde todos cabem e todos são iguais".
Perfil de Desmond Tutu, a consciência moral da África do Sul
Arcebispo emérito da Cidade do Cabo morreu hoje aos 90 anos
Na nota, o MNE destacou que Portugal, que tem uma grande comunidade na África do Sul, lamenta a morte de Desmond Tutu e apresenta condolências a todos os sul-africanos.
Desmond Tutu, arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1984 pelo seu ativismo contra o regime de segregação racista do Apartheid, morreu hoje aos 90 anos, anunciou o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O arcebispo anglicano estava debilitado há vários meses, durante os quais não falou em público, mas ainda cumprimentava os jornalistas que acompanhavam cada uma das suas saídas recentes, como quando foi tomar a sua vacina contra a covid-19 num hospital ou quando celebrou os seus 90 anos em outubro.
Desmond Tutu ganhou notoriedade durante as piores horas do regime racista na África do Sul, quando organizava marchas pacíficas contra a segregação, enquanto sacerdote, pedindo sanções internacionais contra o regime branco em Pretória.
Com o advento da democracia, 10 anos depois, o homem que deu à África do Sul o nome de "nação arco-íris" presidiu à Comissão de Verdade e Reconciliação criada com o objetivo de virar a página sobre o ódio racial, mas as suas esperanças foram rapidamente frustradas. A maioria negra adquiriu o direito de voto, mas continua em grande parte pobre.
Depois do combate ao apartheid, Tutu empenhou-se na reconciliação do seu país e na defesa dos direitos humanos.
Contra a hierarquia da igreja anglicana, defendeu os homossexuais e o direito ao aborto, tendo nos últimos anos aberto como nova frente de combate o direito ao suicídio assistido.