Que estrela nos guiará?
Boa noite!
Nesta consoada de valores, mas também embrulhos e de votos festivos, de farsa consumista e de presentes vazios de futuro, importa que nos apaguemos por instantes, de modo a deixar brilhar a estrela que nos pode guiar no patamar do bem comum.
Bem precisamos, nós que andamos ocupados em demasia com a complexidade existencial, com estratégias de sobrevivência ou com a dialética especializada, e que por via da imensidão de afazeres e solicitações, não alimentamos regularmente as amizades, não cuidamos dos diferentes e não amamos o próximo.
Julgamos mais do que compreendemos, fantasiamos mais do que explicamos e complicamos o que é fácil. Muito porque nem sempre nos deixarmos seduzir por essa luz farol, também presente nas hesitações pessoais e nos medos colectivos, nos olhos húmidos de quem chora perdas e nos gestos altruístas, ou ainda nos corações habitados por ódios e nas mãos que semeiam a injustiça.
Há um sem número de desafios que deviam fomentar a participação madura e crítica, a intervenção ponderada e construtiva e a presença irreverente e redentora. Só que muitas vezes depositamos todas as esperanças no impossível, sem darmos passos e contributos que concretizem sonhos, na expectativa que nos ofereçam tudo, o remédio, a sorte, o sucesso e a cura.
Natal é oportunidade para renascermos, mesmo que por instantes tamanho exercício de humildade possa parecer estranho a quem prefere as aparências e por isso desista de descobrir o que há para além das imagens reflectidas e das impressões estereotipadas.
Que nada de essencial vos falte.