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Marcelo quis evitar "a loucura" da ginjinha mas espera regressar ao Barreiro em 2021

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O Presidente da República voltou a não cumprir a tradição de ir ao Barreiro beber uma ginjinha na véspera de Natal, para dar o exemplo e evitar "a loucura" e os aglomerados de pessoas, mas espera regressar em 2022.

Apesar de Marcelo Rebelo de Sousa não ter ido à ginjinha, a ginjinha foi ao Palácio de Belém, pelas mãos do vice-presidente da Câmara do Barreiro, Rui Braga, e de Gilda Delgado, em representação da Tasca da Galega.

Este ano, decidiu não ir ao Barreiro "não tanto por questões de recuperação" da cirurgia a que foi submetido na semana passada, porque "já estaria bem para ir" cumprir esta tradição que "passou a ser uma tradição do Presidente da República em funções, pelo menos até ao Natal de 2025", mas por ainda não poder conduzir, algo que gosta de fazer neste dia.

Por isso, não se deslocou este ano àquele município "como exemplo para os portugueses", uma vez que "é uma loucura" em termos do aglomerado de pessoas, porque "vem gente de todo o mundo", de "todo o Portugal" e de "todo o Barreiro".

"Eu entendi que era mau exemplo eu estar nessas aglomerações quase que inevitáveis e foram muito simpáticos em trazer-me aqui a ginjinha", afirmou, referindo que ainda teve "a tentação de aparecer muito mais cedo, ali pela hora de almoço", mas como soube que já havia movimento desistiu.

No entanto, em 2022 espera poder retomar a tradição: "Para o ano vamos à hora de ponta."

Apontando que esta é uma tradição iniciada pelos operários daquela zona que iam beber a ginjinha para "irem um pouco mais animados para o jantar familiar" de Natal, Marcelo aproveitou a oportunidade para agradecer aos trabalhadores de todo o país o esforço durante a pandemia.

Recordando as outras vezes em que visitou o Barreiro neste dia, o chefe de Estado confidenciou que uma vez bebeu 17 ginjinhas, mas "pequeninas". E após o brinde, acompanhado por bolo-rei, contou que a sua imunidade à covid-19 está muito alta após a toma da dose de reforço da vacina.

"Para mantermos a tradição da ginjinha do Barreiro, se o senhor Presidente não pôde ir ao Barreiro vimos nós cá, com todo o gosto, oferecer a ginjinha tradicional da nossa terra e aproveitar para lhe deixar a si e a todos o desejo de um santo Natal", afirmou o autarca do Barreiro, indicando que espera poder receber o chefe de Estado daqui a um ano.

A tarde da véspera de Natal no Palácio de Belém contou também com a cerimónia do acender da vela Cáritas -- "10 Milhões de Estrelas - Um Gesto Pela Paz", com a presença da presidente da instituição, Rita Valadas, e com a apresentação, por uma delegação do Corpo Nacional de Escutas, da "Luz da paz de Belém".

O Presidente salientou que a Cáritas representa "muitas, muitas instituições" que "têm tido um papel fundamental nestes tempos difíceis", deixando o seu agradecimento por essas ações contra a pobreza e as desigualdades e apontando que sem essa rede "era difícil" ao Estado e às autarquias ajudar quem precisa.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu também que Portugal precisa do "espírito de serviço" dos escuteiros e comprometeu-se ainda a estar presente nas comemorações do centenário do Corpo Nacional de Escutas.

E apontou que quando deixar Belém quer voltar a dedicar-se ao voluntariado, com a missão de formar jovens.