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CEO da TAP diz que Porto "nunca será" segundo 'hub' e empresa quer evitar riscos

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Foto AFP

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener afirma, em entrevista ao Público, que o Porto "nunca será" um segundo 'hub' para a companhia aérea, acrescentando que não quer "correr riscos no principal ativo", o aeroporto de Lisboa.

"Temos vários destinos a partir do Porto e estamos a explorar várias oportunidades, mas o Porto nunca será um segundo 'hub'", defendeu Ourmières-Widener, em entrevista ao jornal Público.

Embora ressalve que entende que o Porto queira ter rotas diretas, a presidente executiva da TAP lembrou que a transportadora portuguesa já voa, diretamente, daquele distrito para São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque, apesar de "ninguém falar disso".

Segundo esta responsável, se a empresa aplicasse a estratégia de 'hub and spoke' (plataforma de distribuição entre aeroportos) estas rotas a partir do Porto não estariam disponíveis.

"Estamos restringidos no crescimento devido ao plano de reestruturação, pelo que temos de ter cuidado para não diluir ou correr riscos naquele que é o nosso principal ativo (aeroporto de Lisboa) e estratégia central da empresa para aumentar a operação numa outra localização", acrescentou.

Christine Ourmières-Widener garantiu que a empresa vai estudar as oportunidades de voar a partir do Porto, com rotas de longo ou médio curso "que façam sentido", sublinhando que as regras ligadas às ajudas do Estado são "muito restritivas", pelo que é necessário "ter muito cuidado" com as rotas escolhidas.

"Temos que mostrar que o plano de negócios está suficientemente bem estruturado, e explicar porque é que achamos que uma determinada rota pode ser rentável. Numa ajuda de Estado, a Comissão Europeia quer certificar-se de que esse apoio não distorce o mercado, a concorrência", apontou, vincando que a TAP está a "dar o seu melhor" com a estrutura e a frota de que dispõe.

Na terça-feira, a Comissão Europeia informou que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até 18 'slots' por dia no aeroporto de Lisboa.

"Na sequência da sua investigação aprofundada e dos comentários das partes interessadas e de Portugal a Comissão aprovou o plano de reestruturação proposto", indicou, na altura, o executivo comunitário em comunicado, especificando que "o plano de apoio assumirá a forma de 2,55 mil milhões de euros de capital próprio ou de medidas de quase-capital, incluindo a conversão do empréstimo de emergência de 1,2 mil milhões de euros em capital próprio".

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, Margrethe Vestager, assinalou que "o apoio público significativo virá com salvaguardas para limitar as distorções da concorrência", já que a TAP "se comprometeu a disponibilizar 'slots' no congestionado aeroporto de Lisboa, onde detém poder de mercado significativo".

A Comissão salientou que o plano requer a separação dos negócios da TAP e Portugal por um lado e o ativos não-essenciais, nomeadamente nos negócios de manutenção no Brasil, e os de 'catering' e de 'handling', que deverão ser alienados.