Dívida da Região ascende a 5.688 milhões de euros e agravou-se por causa da pandemia
Em 30 de Setembro de 2021, ou seja até ao 3.º trimestre, "a dívida global da RAM ascendia a 5.688 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 949 milhões de euros face ao observado no final de 2012", diz a Secretaria Regional das Finanças no mais recente Boletim da Dívida da Região Autónoma da Madeira divulgado esta manhã de sexta-feira.
Contudo, "em comparação com o período homólogo (Setembro 2020) a dívida global da Região aumenta 379 milhões de euros, em consequência da pandemia da doença COVID-19, na sequência da qual a Região Autónoma da Madeira contraiu, em Novembro de 2020, um empréstimo destinado especificamente à cobertura de necessidades excecionais de financiamento, decorrentes, directa ou indiretamente, dessa circunstância", acrescentou a SRF.
Assim, reforça, "se ao valor de 5.688 milhões de euros excluirmos o valor do empréstimo COVID-19 e o valor das prestações do empréstimo PAEF, suspensas e não amortizadas em 2020 e 2021, o valor da dívida global da Administração Pública Regional passa a 5.199 milhões de euros, mantendo-se deste modo a trajetória evidenciada nos últimos anos", amenizando assim esta variável em 489 milhões de euros.
Diz ainda a SRF que "a dinâmica evidenciada no 3.º trimestre de 2021, devido à contração do empréstimo, no montante de 458M€, destinado como aludido, ao financiamento de encargos decorrentes da pandemia da doença COVID-19, é marcada por um acréscimo global, em termos homólogos, materializado pela trajetória ascendente observada ao nível da Administração Pública Regional, dado que, ao nível do SERAM registou-se um decréscimo dos valores em dívida face ao evidenciado no ano anterior, reflexo das utilizações de empréstimos contraídos para pagamento de dívida financeira".
Efectivamente, "o efeito da pandemia da doença COVID-19 repercute-se de igual modo na dinâmica da dívida de Maastricht. Efectivamente, no 3.º trimestre de 2021 houve um aumento da dívida de Maastricht de 425 milhões em termos homólogos explicado pela contração do financiamento COVID-19 e pela emissão obrigacionista ocorrida em Julho de 2021, destinada à amortização de dívida da APR representada por empréstimos contraídos anteriormente e em carteira, pelo que o efeito derivado deste aumento deverá ter carácter transitório e ser esbatido até final do ano de 2021. Em comparação com o trimestre anterior, ocorre um aumento de 240 milhões de euros. Excluindo este efeito, o valor da dívida pública na óptica de Maastricht passa a 4.746 milhões de euros", reforça, representando nesse sentido uma diminuição de 942 milhões de euros.
Além disso, "o rácio da dívida em relação ao PIB deteriora na RAM, devido à actualização do valor estimado do PIB para 2020 – e que tem já em conta o impacto da pandemia do COVID-19 na economia regional", significando que apesar deste rácio estar agora nos 111,3% "continua a ser inferior na RAM em comparação com o País (130,5%)", conclui.