Redes sociais promovem infecções intencionais para obter certificado na Suíça
Vários grupos nas redes sociais na Suíça estão a promover infeções intencionais de covid-19, para que suíços obtenham certificados de recuperação que permitam aceder a locais públicos sem estar vacinado, noticiou na quinta-feira um canal de televisão local.
Nestes grupos, são oferecidas amostras de saliva, presumivelmente contaminadas com o coronavírus SARS-CoV-2, para que as pessoas contraiam a doença.
Esta informação foi avançada pela televisão nacional RTS e as autoridades já alertaram que esta prática é ilegal e perigosa.
O Gabinete Federal Suíço de Saúde Pública (OFSP) referiu que esta prática de contaminação voluntária é crime e pode ser punida com até cinco anos de prisão.
"[Esta prática] contribui para acelerar a transmissão do vírus e a gravidade da pandemia. Fazem com que as pessoas coloquem em risco as suas famílias", alertou Aglaé Tardin, uma médica de Genebra, em comunicado à RTS.
A Suíça anunciou em 17 de dezembro o regresso ao teletrabalho e limitações no acesso a diversos estabelecimentos para não vacinados
As reuniões privadas, quando se aproxima a época de Natal, serão limitadas a dez pessoas, incluindo crianças, se um dos membros com 16 ou mais anos não estiver vacinado ou curado.
Parte significativa da população suíça mantém-se relutante em ser vacinada, com a taxa de imunização naquele país a estar estagnada nos 66% nos últimos meses.
A covid-19 provocou mais de 5,37 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.