México promete Centro de Identificação perante crise de pessoas desaparecidas
O Governo mexicano prometeu ontem criar um Centro Nacional de Identificação Humana, reconhecendo que mais de 95.000 pessoas estão desaparecidas e que 52.000 corpos não identificados se encontram em valas comuns e necrotérios estaduais.
O subsecretário de Direitos Humanos do Ministério do Interior mexicano, Alejandro Encinas, disse que "a criação de um Centro Nacional de Identificação Humana" permitirá "fazer face à crise existente nesta matéria" e "estabelecer mecanismos de identificação em massa", adiantando que já estão a ser realizados os primeiros testes.
Encinas, que apresentou um relatório sobre o que o Governo de Andrés Manuel López Obrador fez em matéria de direitos humanos até meados de seu mandato de seis anos, comprometeu-se a superar a "crise forense" e a "garantir a identificação" de muitos corpos, devolvendo-os às suas famílias.
No total, o Governo mexicano investiu mais de 6.103 milhões de pesos (cerca de 260 milhões de euros) em questões de direitos humanos, dos quais mais de 1.200 milhões de pesos (quase 50 milhões de euros) foram para operações de busca.
"Esperamos avanços rápidos no Centro de Identificação Humana, porque o que precisamos é de tomar medidas que nos permitam enfrentar estes problemas estruturais", explicou o subsecretário, que apresentou um relatório sobre o que o Governo tem feito nesta área nos últimos seis anos. presentou um relatório sobre o que o governo López Obrador fez em direitos humanos até meados de seu mandato de seis anos.
"Desde o início deste Governo assumimos integralmente a nossa responsabilidade, reconhecendo a existência de uma crise humanitária e de violação dos direitos humanos que infelizmente se agravou pelas ausências e omissões do Estado", acrescentou Encinas.
Entre as ações destacadas pelo subsecretário está o aumento em 88% dos beneficiários do mecanismo de proteção a jornalistas e a defensores de direitos humanos, que ascendem atualmente a 493 e 2.011, respetivamente.
Ainda assim, Encinas reconheceu que persiste mais de 90% de impunidade nos homicídios de jornalistas.
O subsecretário mexicano anunciou ainda que, até hoje, foram apresentado 1.798 pedidos ao abrigo da Lei de Amnistia que o Presidente López Obrador promulgou em abril de 2020, para libertar reclusos condenados por crimes menores, em particular aborto, furto ou posse de drogas.